Em um vídeo gravado no CarnaCentro, festa promovida pelo vereador Neto Vicente (PDT), o parlamentar de Ananindeua agradece ao governador Helder Barbalho por ter mandado a banda para sua festa particular.
Segundo o próprio vereador, a festa acontece há 19 anos.

Neto Vicente, exibindo a tatuagem que fez com o nome do seu candidato, nas eleições de 2018.
Neto Vicente é um fiel apoiador de Helder Barbalho, tendo inclusive apoiado o mesmo, enquanto seu partido, o PDT apoiava o então candidato Márcio Miranda (DEM), nas eleições de 2018, quando este foi derrotado no segundo turno por Helder Barbalho (MDB).
A redação do portal Amazon Live não encontrou licitação para o Carna Centro e nem contrato da banda Puro Desejo no Diário Oficial do Estado. Teria ela sido paga com recursos próprios do governador ou com recursos públicos?

O cartaz de divulgação do evento anuncia a participação de três bandas e uma aparelhagem e o apoio de parlamentares, empresas e até da prefeitura de Ananindeua. Só não do Governo do Estado do Pará.
Historicamente, o jornalista Lúcio Flávio Pinto vem denunciando a contratação de artistas desconhecidos do grande público, tanto pelo ex-governador Simão Jatene, quanto pelo governador Helder Barbalho, que utiliza a Fundação Cultural do Pará, a qual é dirigida por indicação política de seu primo, o deputado estadual Igor Normando. É a Fundação que paga empresários, que por sua vez contrata os shows que estas bandas fazem em diversos municípios paraenses.
Em Julho do ano passado, publicamos a matéria Quem vai pagar o cachê de quase meio milhão de reais para show do “Safadão”?, onde trouxemos a público o cachê de quase meio milhão pago ao cantor Wesley Safadão e de outros artistas e toda a infraestrutura e serviços para a programação do Projeto Verão 2019 – Praia das Gaivotas, da prefeitura municipal de Conceição do Araguaia, município do sudeste paraense, que o governo do Pará contemplou através da Fundação Cultural do Estado, que por sua vez repassou R$ 2.879.340,00 (dois milhões, oitocentos e setenta e nove mil e trezentos e quarenta reais), do orçamento do Estado.

Para o jornalists Lúcio Flávio Pinto, trata-se de uma “indústria de emendas parlamentares” mantida pela “conivência da opinião pública, que aceita em silêncio essa hemorragia de dinheiro público”.
Leia aqui as matérias de Lúcio Flávio Pinto sobre essa indústria milionária que alimenta apoiadores e artistas muitas vezes desconhecidos e que recebem recursos públicos com dispensa de licitação.
Por onde anda o Ministério Público, hein?!