OAB e diversas entidades já se manifestaram contra o decreto estadual que impede que presos sejam visitados por seus advogados e familiares, mas as agressões contra os presos e as leis continuam. Agentes da Força Nacional de Intervenção Penitenciária e da SUSIPE são denunciados, mas nada acontece.
Diante da série de reportagens veiculadas pelo portal de notícias AmazonLive sobre o tratamento desumano dado a presos no Pará, seja por integrantes da Força Nacional de Intervenção Penitenciária, em plena atuação no estado, com a colaboração da SUSIPE, nossa redação tem sido procurada por mães e advogados de detentos que relatam insistentemente fatos relacionados a esta denúncia.
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Na tarde de ontem, 9 de setembro de 2019, recebemos novamente várias imagens em foto e vídeo feitas dentro dos presídios com cenas dantescas, típicas de campos de concentração nazistas.
Presos dormindo nus, passando por situações vexatórias e sendo forçados a passar por revistas de maneira humilhante.
Em outro vídeo, eles aparecem sentados no chão, amontoados numa cela, recebendo jatos de spray de pimenta e tossindo muito.
Aparentam estar doentes, pois vê-se que estão esquálidos. Num outro vídeo, são mostrados ferimentos não tratados em um preso, resultado de tiros de borracha recebidos.
É sabido que para cada ação existe uma reação, muitas vezes em intensidade maior. Não é difícil imaginar os resultados desse tipo de humilhação e violências a que são submetidos os detentos, quando tiverem que regressar à sociedade.
Este portal não faz a filtragem do material de denúncias que recebe. Cumprindo um dever jornalístico, publicaremos aqui todos os áudios e vídeos que recebemos, alguns com apelo desesperado de mães que sabem que seus filhos estão sendo torturados e morrendo nas prisões do Pará, onde estão sob a tutela do Estado e por ele maltratados e colocados em situação de extrema violência física e psicológica, criando assim resultados inimagináveis para a sociedade como um todo, que já não sabe quem é pior: O preso ou o sistema carcerário.