sexta-feira, junho 9, 2023
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Transamazônica é o retrato da destruição e do abandono. População sofre sem respostas

Vídeos e fotos mostram caminhões passando por trecho da Transamazônica no exato momento em que uma cratera se abria na estrada.

Transamazônica registrou, essa semana, dois pontos de interdição, causados por erosão, em trechos onde riachos passam sob a estrada e deixaram enormes crateras.

Fortes chuvas causaram, hoje, 5, erosão gigantesca no quilômetro 690 da rodovia BR 230, a Transamazônica, no trecho compreendido entre Rurópolis e Itaituba, sudoeste do Pará, no distrito Campo Verde, município de Itaituba.

A rodovia está totalmente interditada naquela área, segundo a PRF. No momento em que o leito da estrada estava ruindo, caminhoneiros se arriscavam passando muito próximo da pista que se desmanchava, com a força da água de um riacho que atravessa a rodovia, no local conhecido como aterro da lagoa.

Pelo tamanho da cratera, o DNIT calcula que no mínimo três dias serão necessários para fazer um atalho ou recuperar a pista, tendo em vista o comprometimento do solo encharcado.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal estão no local e tentam acalmar motoristas e passageiros na enorme fila de veículos, que no final desta tarde já causava um engarrafamento de 20km, conforme mostra um vídeo.

O distrito de Campo Verde fica na confluência da BR-230 (Transamazônica), com a BR-163 (Santarém-Cuiabá), a “rodovia da soja”. Por isso, diversos portais noticiaram, erradamente, que a cratera fica na BR-163.

O trecho da BR-230 em que surgiu a cratera de hoje conecta-se com o principal corredor de exportação da safra agrícola do Pará e integra a Região Norte e Centro-Oeste do país ao Sul.

Segundo o Dnit, diariamente, trafegam pela BR-163, no Pará, cerca de 3,5 mil veículos, principalmente as carretas bitrem carregadas de soja. A via permite o acesso aos portos de Miritituba, em Itaituba, e Santarém.

Outro trecho da Transamazônica, desta vez entre Medicilândia e Uruará, também ruiu no início dessa semana, pelas mesmas razões: um igarapé que passa sob a estrada levou grande parte da pista. O DNIT fez reparos emergenciais e liberou parcialmente a pista, mas a situação é instável. Como as chuvas não dão trégua na área, a estrada pode ruir novamente a qualquer momento.

Sabendo desse problema, o deputado federal Celso Sabino (União Brasil) destinou R$ 82 milhões de reais para garantir a pavimentação asfáltica completa do trecho, por meio de uma emenda parlamentar apresentada por ele no orçamento da União para 2023.

Em suas redes sociais, Celso Sabino cobra providências.

A região é a maior produtora de cacau no Pará, que é o estado que mais produz o fruto. As péssimas condições da BR-230 naquela área impactam severamente na vida da população e nos próprios negócios da cacauicultura regional. A maior reivindicação da população daqueles municípios é justamente o asfaltamento do último trecho que falta ser pavimentado na Transamazônica, que foi aberta em 1972.

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