Desde que assumiu o terceiro mandato como prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) vem sendo cobrado com muita força tanto nas ruas, quanto nas redes sociais. As críticas e cobranças são sobretudo para que o prefeito eleito cumpra suas promessas de campanha, inclusive com os servidores púbicos municipais, os quais mesmo após diversas tentativas de negociação, tiveram seu vencimento base mantido neste primeiro ano do governo do PSOL/PT, em menos de um salário mínimo.
Na última quinta-feira, 14, O Fórum que agrega os sindicatos e entidades que representam os servidores públicos municipais de Belém realizou um protesto em frente ao gabinete do prefeito de Belém e lá realizaram uma manifestação, onde com faixas e cartazes, fecharam a Av. Nazaré e cobraram a valorização prometida por Edmilson em sua campanha eleitoral.
A coordenadora-geral do SINTEPP Belém, um dos sindicatos presentes no ato, decreveu o que aconteceu naquele dia.
Assista o vídeo da manifestação que parte da imprensa paraense escondeu dos seus leitores e telescpectadores:
No mesmo dia, a prefeitura tentou apagar o fogo e acalmar os ânimos e levou a Secretária de Administração de Belém, Jurandir Novaes e o diretor-geral da Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão, Luiz Araújo para uma Live do programa Tá Selado, onde teriam apresentado o Plano Plurianual (PPA 2022/2025), que estabelece os projetos e os programas previstos pela gestão municipal, onde supostamente há um plano de reajuste dos servidores públicos municipais, que só será concedido a partir de janeiro de 2022. Também foi anunciado o aumento de R$ 100 no vale-alimentação, que hoje é de R$270.
No entanto, os representantes dos servidores municipais desmentiram a versão apresentada pela prefeitura.
Leia:
NOTA DE REPÚDIO
O Fórum de Sindicatos e Entidades Representativas do Município de Belém, organização formada com a finalidade de lutar de forma unificada no resgate dos direitos perdidos dos Servidores do Município de Belém, vem manifestar o seu repúdio em decorrência das declarações da Prefeitura Municipal de Belém veiculadas na imprensa paraense, onde informa que haverá aumento salarial de 3,9% em janeiro de 2022 e que esse percentual foi acordado com as representações sindicais e associativas que participaram da chamada mesa permanente de negociação.
Ocorre que tais declarações não se coadunam com a verdade, mostrando o total desrespeito da Prefeitura de Belém para com os servidores do Município, uma vez que, em nenhum momento a prefeitura apresentou de forma documental uma proposta que garantisse um ganho real, nunca apresentou nenhum documento comprobatório em forma de tabelas e demonstrativos as representações sindicais e associativas, dessa forma, nunca houve acordo com esse percentual, hoje o salário base do servidor de Belém é de R$ 827,00 (oitocentos e vinte e sete reais) e o salário mínimo nacional é de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais), ou seja, o que está sendo proposto não é aumento, mas sim a correção de perdas, considerando que, a inflação acumulado até o mês de outubro já supera os 10%, considerando também que a prefeitura pretende majorar a alíquota da previdência em mais 3% em cima da remuneração bruta do servidor a partir de dezembro de 2021, não teremos nenhum ganho real, mas acumularemos a maior perda desde do ano de 2015.
Estamos atentos às mentiras e atitudes desta natureza e não toleraremos em nenhuma hipótese tais práticas.Belém-PA, 15 de outubro de 2021.
FÓRUM DE SINDICATOS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS DO MUNÍCIPIO DE BELÉM SINTEPP – SINDSAÚDE – ASFUNPAPA – SISFAB – AGEMBE – SIGBEM – ASEMMA – SINTBEL – ASSESAN – SINTESP – SINASCE – ASSEPS/GUAMÁ
DOL – DIÁRIO ONLINE PASSOU PANO PARA A PREFEITURA
Curiosamente, os jornalistas do Diário OnLine não noticiaram o protesto e nem buscaram as lideranças do Fórum dos Servidores Municipais de Belém, responsáveis pelo ato em frente à prefeitura, o qual gerou muitos comentários nas redes sociais.
No entanto, assim como blogs que fazem a defesa dos partidos da esquerda paraense, o jornalismo do DOL, noticiou a reunião com a versão da prefeitura.
Em um trecho da matéria do DOL, pode-se ler o seguinte: “Além da titular da Semad, a reunião contou com o diretor-geral da Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão, Luiz Araújo, e representantes dos servidores municipais. Os representantes dos servidores se mostraram satisfeitos com os objetivos e metas definidos pela Prefeitura Municipal para a categoria e outras áreas da administração”.
Sem dizer quais foram os servidores presentes na reunião e que supostamente sairão satisfeitos, o jornalismo do Diário Online acabou “passando pano” para a versão da prefeitura de Belém – que é anunciante do jornal e ajuda no caixa da empresa com a verba publicitária – mas não condiz com a verdade dos fatos. Fatos esses que poderiam ter sidos checados com os dirigentes sindicais e demais entidades que representam o serviço público municipal.
O piso dos servidores de Belém está em R$ 827,00 e a reivindicação é de aumento para o salário mínimo nacional (hoje em R$ 1.100,00). Também reivindicamos o reajuste no vale alimentação de R$ 270,00 para R$ 500,00 reais com a ampliação do direito aos trabalhadores efetivos que não recebem, como os da saúde. Exigimos que não se vote a reforma da previdência em Belém que vai aumentar a alíquota previdenciária de 11 para 14%. Também reivindicamos melhorias no IASB, plano de assistência à saúde que nós pagamos com esses baixos salários.
Professora Silvia Letícia – Coordenadora Geral do Sintepp Belém e filiada ao PSOL.
O Fórum dos Servidores Municipais de Belém é formado por maioria de sindicatos e entidades ligadas aos partidos de esquerda, inclusive do PSOL, partido do prefeito Edmilson Rodrigues e do staff da prefeitura de Belém, mas que estão inconformados com os rumos até aqui apresentados para a classe trabalhadora que atende a população, pois esperavam que com o término do governo tucano, a relação da gestão municipais fosse melhorar, mas isso não aconteceu.
Por isso, convocaram para a próxima segunda-feira (dia 25/10), uma assembleia geral unificada do funcionalismo municipal para debater e deliberar a realização de uma possível paralisação dos servidores na rede municipal.
