A base do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados evitou que um projeto de lei que torna casos de pedofilia em crimes hediondos tivesse sua votação antecipada nesta quarta-feira (19).
Em um momento em que o país assiste, com indignação e asco, a polêmica e mal explicada revelação do presidente Jair Bolsonaro em um podcast, onde admitiu que flertou com meninas com idades entre 14 e 15 anos, a decisão da maioria dos parlamentares paraenses é no mínimo estranha e requer de explicações à sociedade, já que quase 100% da classe política diz ser contra a maioria dos crimes e fala-se tanto que nossas leis são brandas contra os responsáveis por crime hediondos.
Entre os deputados federais que negaram a votação em prioridade para tornar pedofilia como um crime hediondo, o portal diogenesbrandao.com procurou saber quais destes eram paraenses e encontrou a lista abaixo:
Cristiano Vale (Progressistas)
Delegado Éder Mauro (PL)
Eduardo Costa (PSD)
Joaquim Passarinho (PL)
José Priante (MDB)
Júnior Ferrari (PSD)
Nilson Pinto (PSDB)
Olival Marques (MDB)
Paulo Bengtson (PTB)
Vavá Martins (Republicanos)
BOLSONARISTAS PROPUSERAM A LEI, MAS NÃO APROVARAM
A proposta de inversão de pauta foi apresentada pela bancada do PT, para que o PL 1776/2015, de autoria dos deputados conservadores Paulo Freire (PL-SP) e Clarissa Garotinho (UNIÃO-RJ), ganhasse prioridade na ordem de votações da Casa.
O PL, partido de Bolsonaro, deu apenas cinco votos a favor da proposta entre seus 76 deputados. No PP, foram apenas dois votos e no Republicanos, nenhum. O próprio Paulo Freire Costa, um dos autores do texto, votou contra a inversão de pauta.
O requerimento foi apresentado pela deputada Luizianne Lins (PT-CE), que justificou o pedido de urgência por conta da situação em que Bolsonaro afirmou que “pintou um clima”, ao se referir a meninas venezuelanas. “Creio que a base do governo também condena a pedofilia, e por isso mesmo pedimos urgência na votação desse projeto. É absurdo que a gente feche os ouvidos e os olhos para aquele tipo de comportamento do presidente”, afirmou.

“Esses que fizeram o projeto agora não querem apreciá-lo porque o presidente da República está sendo acusado de pedofilia”, afirmou a deputada Erika Kokay (PT-DF) – Elaine Menke/Câmara dos Deputados.
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