Como se manter com um salário de R$ 869,26 durante um mês? Essa é uma pergunta que os servidores que atuam no suporte administrativo das escolas municipais de Belém, cerca de 2 mil trabalhadores, têm feito à Prefeitura Municipal de Belém (PMB), a quem reivindicam melhoria salarial como o principal ponto da pauta de reividicações, até então não atendida e que motivou o início da greve nesta quarta-feira (6).
Como primeira ação do comando de greve, que tem a frente o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado do Pará (Sintepp), coordenação de Belém, uma mobilização foi realizada nas dependências da Câmara Municipal de Belém (CMB), quando dezenas de grevistas levaram a pauta de reivindicação a vereadores daquela Casa de leis. Na galeria, trabalhadores, muitos exaltados, dentre eles porteiros, merendeiras, serventes e agentes de limpeza faziam barulho e carregavam faixas e cartazes que traziam as inscrições sobre a pauta de reivindicações e críticas à administração do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL).
Na reunião estiveram presentes os representantes da entidade sindical Isabel Mendes e Mateus Ferreira e uma comissão de vereadores, dentre eles Fernando Carneiro (PSOL), Bia Caminha (PT) e Bieco (PL), que representou o presidente da CMB, vereador Zeca Pirão (MDB). O grupo de parlamentares se comprometeu em intermediar o diálogo entre grevistas e a Prefeitura de Belém. “Vamos montar uma comissão de vereadores para intermediar e faça com que a prefeitura sente à mesa, com vocês, para dialogar, de uma forma respeitosa. É o mínimo que a prefeitura deve fazer por vocês”, garantiu o vice-presidente da Câmara, Bieco.
Uma comissão de vereadores recebeu os grevistas e se comprometeu a intermediar as reivindicações junto à administração mucipal.
“Estamos em processo de campanha salarial, a data-base é maio, abril é o momento da gente reividicar, fazer a nossa manifestação. A gente tem tentado o diálogo para que, de fato, possa voltar a pagar o salário mínimo. Ou seja, desde 2016 os servidores não ganham salário mínimo do vencimento base”, salientou o representante do Sintepp, Mateus Ferreira.
“Todas as reivindicações que eles apresentaram são justíssimas, são corretas, não existe nada exagerado na reivindicação deles, no que eles estão exigindo. É o mínimo para manter a qualidade de ensino em nossa cidade”, ponderou o parlamentar psolista Fernando Carneiro, que ouviu os manifestantes e apresentou o resultado da reunião e os encaminhamentos deliberados na reunião.
Dentre a pauta proposta pela categoria estão o realinhamento no valor do salário à nivel nacional, aumento no vale-alimentação, eleição para diretores escolares e implementação do PCCR unificado . Hoje, atualmente, os servidores de apoio à rotina das escolas municipais recebem R$ 869,29, abaixo do salário mínimo que é de R$ 1.212.
Edson Silva, 46, que trabalha como serviços gerais na rede municipal de ensino, reforçou a realidade salarial das centenas de trabalhadores. “Essa gestão, agora, do Edmilson Rodrigues, ele fez campanha, e na campanha para se eleger, fez a promessa que, a primeira coisa que iria fazer, era o realinhamento salarial que é hoje de R$ 1.212 e nada disso está acontecendo. Está pagando um salário de R$ 869”, criticou o trabalhador.
Servidor da escola Silvia Nascimento, no bairro da Condor, Vagner Corrêa, 44, esteve engrossando o movimento grevista. “Falta o prefeito receber a comissão para coversar. A reinvindicação é justa pelo tempo que estamos sem reajuste e pelo valor do salário que recebemos atualmente”, opinou.