Apesar de muitas perdas de oportunidades de gol, a seleção brasileira emplacou uma goleada sobre a Bolívia, na noite desta sexta-feira (08), no estádio do Mangueirão, em Belém do Pará.
O quarto gol do Brasil no confronto contra a Bolívia não apenas consagrou Neymar como o maior artilheiro da seleção em partidas oficiais, mas também trouxe à tona uma série de observações que frequentemente preferimos deixar de lado.
A emoção era visível em todos os rostos, de jogadores como Casemiro, Raphinha, Rodrygo, Bruno Guimarães, Marquinhos e Danilo. Contudo, Neymar estava ainda mais emocionado. A homenagem a Pelé era inevitável, e sua execução, com socos no ar que ecoaram os feitos do Rei na Bombonera, durante a segunda final vencida da Libertadores, foi impecável.
Para cronistas e demais jornalistas que comentaram o feito, isso não se tratou de um gesto piegas; ao contrário, a celebração fervorosa da torcida após o gol indica, para alguns, que Neymar é muito mais do que um jogador versátil aos olhos dos torcedores brasileiros.
As críticas fazem parte da carreira de qualquer figura pública, mas o reconhecimento apaixonado do público é incomparável.
A forma como a equipe correu para abraçar o artilheiro destacou a estima que todos os seus companheiros têm por ele. Esse gesto é enfatizado repetidamente por sua equipe técnica sempre que surgem dúvidas sobre sua permanência na seleção.
No entanto, vale destacar que marcar 78 gols, um a mais do que Pelé em partidas oficiais, não é uma tarefa fácil. O desafio reside em marcar um gol como Pelé o fez. Fazendo um paralelo com as palavras de Carlos Drummond de Andrade após o milésimo gol do Rei, Neymar demonstrou sua habilidade excepcional ao driblar toda a defesa boliviana, apenas para ser detido pelas mãos do goleiro Viscarra, que já havia defendido um de seus pênaltis no início da partida.
Apesar disso, Neymar ainda teve um papel significativo ao marcar o quinto gol, mas o gol do recorde acabou roubando a cena de Fernando Diniz em sua estreia como técnico da seleção brasileira. Sua abordagem foi notável, com um time mais posicional do que o habitual, devido à defesa formada por cinco jogadores da Bolívia. Raphinha, Rodrygo, Richarlison, Neymar e Renan Lodi ocuparam posições da meia direita à esquerda, com Danilo, Bruno Guimarães e Casemiro à frente dos dois zagueiros.
O capitão Casemiro frequentemente recuava para ajudar na construção do jogo, ao lado de Marquinhos e Gabriel Magalhães. No entanto, essa estratégia não era sempre necessária, dada a presença isolada de Marcelo Moreno como atacante boliviano, o que permitia que a equipe brasileira adotasse um sistema mais ofensivo, em formato 2-3-5.
O destaque do jogo não foi Neymar, apesar do recorde e dos socos no ar, mas sim Rodrygo, pelos gols, e Bruno Guimarães, pelas assistências, que se destacaram individualmente.
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