O Diretório Municipal do PSB Belém tomou posse neste domingo, 13 e contou com a participação de diversas lideranças do partido e aliados.
Além do processo eleitoral interno, que elegeu os novos dirigentes municipais, o PSB discutiu sua participação na federação que está sendo construída junto com outros 3 partidos, bem como os desafios de uma gestão pública, como em Belém, onde o partido ajudou na vitória do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) e por isso, hoje tem três secretarias municipais sob sua administração.
As novas filiações na capital envolvem desde candidatos a vereadores bem votados nas últimas eleições, como lideranças populares, de entidades classistas, sindicalistas, empresários e interessados em participar da vida política da cidade.
Em uma conversa com nosso redator, o deputado federal Cássio Andrade falou um pouco sobre o evento e seus participantes.
Representando partidos aliados, estavam presentes o presidente estadual do PCdoB, Jorge Panzera, a vereadora de Belém, Lívia Andrade (PSOL) e seu marido, o ex-petista e ex-deputado federal Cláudio Puty, hoje no PSOL.
Ao saber do evento, a redação entrou em contato com Cássio Andrande que prontamente nos respondeu: “Foi a eleição do novo diretório Belém. Falamos sobre a possível federação dos 4 partidos. Desafios de uma gestão como Belém e filiações de nova lideranças na capital. Foi um evento bem legal”, concluiu Cássio Andrade, que além de deputado federal e presidente do PSB no Pará é peça-chave em diversos processos de articulação política, sobretudo eleitoral, atuando de forma contundente e que tem feito com que o partido esteja cada vez mais consolidado e em expansão no Pará.
Para um analista político antendado sobre a história das lideranças que surgiram nos últimos anos, “sob a coordenação de Cássio, o PSB vem participando das gestões estaduais desde o governo de Almir Gabriel e desde então vem aumentando seu papel em eleições municipais, onde ajuda a disputar e a vencer, e consequentente, também a governar, como em Belém, Ananindeua e diversos outros municípios do estado, declarou nossa fonte que prefere o anonimato.
UM PARTIDO EM ASCENÇÃO
Além da vaga ocupada por Cássio na Câmara dos Deputados, o PSB hoje conta com o deputado estadual Fábio Filgueias, eleito em 2018 e nas eleições deste ano pretende ampliar sua bancada, tanto em Brasília, quanto na ALEPA.
Antes de Belém, o PSB vem realizando encontros regionais, agregando nos municípios pólos, sua militância.
Na última sexta-feira, 11, o partido reuniu em Santarém, onde o Encontro Regional debateu as questões locais e fez uma análise de conjuntura, sendo que no dia 27 do mês passado, fez o mesmo em Paraupebas, onde a militância do PSB definiu suas estratégias eleitorais e daquilo que chama de “Fortalecimento da boa política pelo estado do Pará”.
No início de Dezembro do ano passado, o PSB realizou seu primeiro encontro regional em Marabá, sendo o primeiro desta rodada pensando nas eleições de 2022.
Hoje o PSB-PA está organizado, com diretórios municipais e comissões provisórias em todas as regiões do estado, tendo eleitos 04 prefeitos, 07 vice-prefeitos e 69 vereadores. O partido ajuda a governar o Pará através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), onde indicou como titular o sindicalista e suplente de deputado estadual Zé Francisco.
AS DIFICULDADES EM SELAR A FEDERAÇÃO PARTIDÁRIA
As diferenças históricas entre partidos como o PT, PCdoB, PV e o PSB no Pará tendem a levar a federação à inflexões por parte de todos, caso queiram chegar em uma fórmula que considere o peso e a estratégia de cada partido na federação que está sendo discutida por esses partidos, através de seus dirigentes nacionais.
Muito embora isso pareça tranquilo, no Pará muitos dirigentes e filiados do PSB consideram ter mais dificuldades do que facilidades em coligar com o PT. Fortalecendo esse distanciamento, nenhuma liderança petista esteve no encontro regional do partido neste domingo, realizado na Câmara Municipal de Belém.
PCdoB e PSOL enviaram representantes.
A ausência mais sentida foi a do deputado federal Beto Faro, presidente estadual do PT.
“Se ele não tinha como vir, seja lá por qual motivo, poderia enviar o presidente do PT Belém, um vereador, secretário municipal ou uma liderança para representar o partido, que busca nosso apoio para a eleição do Lula como presidente e dele – Beto Faro – como senador”, desabafou uma antiga militante do PSB, que está nas fileiras do partido desde o tempo que o comandante dos socialistas no Pará era do ex-senador Ademir Andrade.
Além das diferenças locais, onde PT e PSB estiveram por longos anos em lados opostos, nacionalmente há entraves profundos para a consolidação de uma política de aliança pautada pelos dois partidos em torno de uma federação, que tem prazo mínimo de quatro anos de duração.
Será um relacionamento difícil, mas estamos dispostos a encarar, pelo bem do país e do estado.
Militante do PSB, referindo-se à aliança de quatro anos com o PT, formatada pelos dirigentes nacionais dos partidos, em torno da Federação Partidária aprovada pelo TSE.
IMPASSE LOCAL E NACIONAL
O estado onde o problema é maior é São Paulo, onde o PT não abre mão da candidatura de Fernando Haddad ao governo, que lidera as pesquisas, sendo que o ex-governador de São, Paulo Márcio França vem mantendo sua pré-candidatura ao e diz que o petista é quem deve abrir mão da pretensão de também disputar o cargo para apoiá-lo.
“França tem afirmado a lideranças que, embora Haddad esteja na frente nas pesquisas de intenção de votos, teria mais dificuldades em vencer a direita no estado no segundo turno por causa da rejeição de parte significativa do eleitorado ao PT“, informou a Folha de SP.
“A bancada do PSB na Câmara aprovou uma carta em que defende a união com o PT, mas quer garantias de que não se tornará refém do “hegemonismo” do partido de Lula na esquerda“, informou a VEJA.
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