sexta-feira, junho 9, 2023
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Prefeito faz campanha antecipada para eleger sucessor, ambos com forte rejeição popular

O prefeito de Rurópolis, Joselino Padilha, conhecido por Taká, vem promovendo em público um pré-candidato à sua sucessão, o empresário Antônio Fernandes, conhecido por Canela, configurando campanha antecipada, inclusive durante evento público do governo do estado, no plenário da Câmara Municipal. Ambos respondem a acusações por corrupção, compra de votos e outros crimes, além desta nova denúncia de crime eleitoral.

Prefeito Taká indica o empresário Canela como seu sucessor, durante ação do Governo do Estado realizada em reunião na Câmara Municipal.
Taká e Canela cumprimentam o público, juntos, fazendo campanha em prédio público.
Canela exalta “parceria” entre o governador Helder Barbalho e Taká.
Taká faz campanha eleitoral antecipada, abertamente, nas redes sociais de Rurópolis. E o mais grave: inclusive no Instagram institucional da Prefeitura, de forma implícita.
Taká faz campanha eleitoral antecipada, abertamente, nas redes sociais de Rurópolis. E o mais grave: inclusive no Instagram institucional da Prefeitura, de forma implícita.

Broncas na Justiça envolvem Taká e Canela desde 2018

Em dezembro de 2018, o MPPA (Ministério Público do Pará) entrou na Justiça com três ações de improbidade administrativa, devido a fraudes em licitações na prefeitura de Rurópolis, sudoeste do Pará, que envolvem Taká e Canela. As denúncias são referentes a diversos fatos em relação a prefeitura, tendo como objetos a verificação de veículos oficiais, o contrato de permuta com uma empresa de transporte e a colocação de bloquetes em alguns pontos da cidade. A partir disso, o MP solicitou que fossem enviadas cópias das licitações dos serviços de limpeza da cidade e, após avaliações do conteúdo, foram feitas diligências.

As ações investigavam superfaturamentos e pediam indisponibilidade de bens que totalizavam, à época, R$ 7,9 milhões, segundo o MP. Os procedimentos apontavam a empresa AF Transporte, de propriedade de Antonio Fernandes, o Canela.

Além disso, os processos solicitaram a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo estipulado na lei.

Crime eleitoral em 2020

Dez dias depois de terem sido reeleitos em 15 de novembro de 2020, Taká e seu vice, Erzeni Orben, foram alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, por abuso de poder econômico, cumulada com Representação por captação ilícita de votos, ajuizada pela Promotoria de Justiça Eleitoral de Rurópolis, que pediu ao Juízo da 68ª Zona Eleitoral a decretação de inelegibilidade, cassação dos registros de candidatura ou dos diplomas e aplicação de multa aos candidatos.

Em 8 de novembro de 2020, uma semana antes da eleição, Taká, doou 100 reais para um eleitor, em troca do seu voto e isso foi registrado em vídeo. O flagrante ocorreu na comunidade Divinópolis, zona rural de Rurópolis e, após investigações, ficou caracterizada a captação ilícita de votos. Detalhe, foi o empresário Antônio Fernandes (Canela), quem entregou o dinheiro ao eleitor. Ele também foi filmado cometendo o crime.

Vídeo comprova crime eleitoral cometido por Taká em 2020.

Canela celebrou diversos contratos administrativos com o município na gestão do prefeito reeleito, entre os anos de 2017 a 2020, muitos deles denunciados pelo Ministério Público Estadual à Justiça, por terem sido celebrados em processos de licitação irregulares ou em dispensas de licitações indevidas, o que demonstra o benefício que a reeleição dele traria ao empresário, que, hoje, é abertamente apresentado por Taká como o indicado para sua sucessão.

A promotoria concluiu que não existe dúvida de que as atitudes dos candidatos comprometem a legitimidade e a normalidade do pleito. “Em um município com grande quantidade de pessoas carentes, o eleitor sente-se grato por aquele que lhe “socorreu” em um momento de necessidade. A partir daí, a alienação de seu voto, bem como de seus familiares, é um corolário natural desse círculo vicioso que somente pode ser quebrado com políticas públicas sérias e uma severa repressão a esse tipo de conduta corruptora”, diz o promotor em sua representação à Justiça.

Pesquisas em Rurópolis mostram que aprovação de Taká despenca e faz disparar rejeição ao Canela

Pesquisa realizada pela empresa Destak, de Santarém, em março de 2023, apontou que Taká tinha 48,6% de rejeição à sua gestão. Entre os candidatos até então identificados, o empresário Canela e Patrícia Cevicchioli, ex-secretária de Finanças da gestão Taká, hoje adversária política, tinham 30% de rejeição nas intenções de voto do eleitorado, cada um, contra 19% do ex-prefeito Zé Paulo, e 17% do farmacêutico Zé Filho, conhecido como Zé da Farmácia.

INTENÇÕES DE VOTOS

Na pesquisa estimulada:

53% Zé Filho
14% Canela
13% Patrícia
11% Zé Paulo
2% Não sabem ou não responderam
15% Outros
6% Nenhum deles

A pesquisa foi feita com 480 moradores de Rurópolis, com idades de 16 a 59 anos. A margem de erro é de 3,5% e intervalo de segurança a 95%.

PESQUISA DOXA

Já a empresa Doxa fez a mais recente pesquisa sobre intenções de votos em Rurópolis, em levantamento de campo realizado no período de 03 a 05 de abril/2023, ouvindo a opinião dos eleitores sobre o trabalho que o prefeito Taká vem desenvolvendo no município; e sobre a corrida eleitoral, visando às eleições de 2024. Foram entrevistados 400 eleitores nas zonas urbana e rural. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos dos resultados obtidos na pesquisa.

A pesquisa mostra uma desaprovação de 42% do governo Taká. No campo eleitoral, Zé Filho aparece na frente com 36,7%. Em segundo lugar vem Patrícia Capichiolli, somando 19,8%.

A pesquisa Doxa avaliou vários nomes de políticos que ensaiam serem candidatos a prefeito de Rurópolis. Primeiramente, na questão espontânea, em que não se menciona os nomes de pré-candidatos, a pesquisa mostra que é muito grande, ainda, o número de eleitores que não sabem em quem votar ou que pretendem anular o voto. Zé Filho aparece em primeiro lugar com 20,8%; Patrícia Cavichiolli vem com 4,5%; Anderson do Posto está com 1,7%; Canela vem com 1,1%; Marcelo, 0,8% e Taká (que não pode mais concorrer) aparece com 0,6%.

Estimulada:

Quando a equipe de pesquisadores da empresa Doxa mostrou aos entrevistados os nomes de possíveis candidatos, o Zé Filho (Zé da Farmácia) vai para 36,7%. A segunda colocada é Patrícia Cavichiolli que aparece com 19,8%; Anderson do Posto vem com 11,0%. Canela é o último colocado com apenas 3,4%.

Rejeição:

Quando se trata de rejeição, Canela é o mais rejeitado, aparecendo com 28,7% de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum. Anderson do Posto e Zé Filho aparecem empatados em rejeição, com 12,0%. Patrícia é a menos rejeitada, com 6,4% de citações.

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