Um protesto organizado por feirantes, peixeiros, balanceiros, carregadores, pescadores e diversos trabalhadores que dependem da comercialização de peixe no Ver-o-peso, impediu o tráfego de veículos nas Avenidas Boulevard Castilho França e Portugal, desde as primeiras horas desta sexta-feira, 17.
Iniciado às 6h da manhã, o protesto ganhou o nome de “Grito dos trabalhadores da Pedra do Peixe”, onde houve a cobrança de ações da Secretaria Municipal de Econômia e da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Belém, para que façam alguma ação educativa e informe a população sobre a verdadeira situação sobre o pescado paraense.
Em diversas feiras, já há vários boxes de feirantes que vendem peixe estão fechados.
Além dos feirantes, diversos trabalhadores da cadeia produtiva da pesca, como pescadores, atravessadores, carregadores, entre outros, estão sendo prejudicados com a falta de consumo do peixe, devido à desinformação existente sobre a síndrome de Haff, causadora da doença que é popularmente conhecida como doença da urina preta.

Para demostrar que nem todas as éspecies de peixe podem ser contaminadas, durante o protesto, algums feirantes assaram peixes para mostrar que a população podem confiar e comprar peixes que não correm o risco de terem sido contaminados.

Sentindo a pressão pelas redes sociais e com a cobertura do protesto pela imprensa local, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) resolveu levantar da cadeira e próximo do meio-dia, foi até o ver-o-peso tentar acalmar os ânimos dos feirantes.
Acompanhado do titular da Secretaria Municipal de Economia (Secon), Apolônio Brasileiro (PT); do diretor do Departamento de Vigilância de Saúde da Sesma, Cláudio Salgado, da deputada estadual Marinor Brito (PSOL), assim como alguns vereadores e outros assessores, Edmilson disse que não tem medo de morrer e em uma ação midiática abriu um peixe e disse que não há possibilidade dele estar contaminado.

Fiz questão de vir aqui, por que de 7 dias da semana, 5 ou 6 eu como peixe. Por que é saúdavel, por que eu posso comer bastante sem medo de engordar. Por que faz bem pra saúde. Por que tem substâncias, tem proteínas que impede o envelhecimento. Por isso que eu tenho 64 anos e tô gatão ainda. Essa parte pula, pessoal (risos). Como houve um probleminha aí no Oeste do Pará, as pessoas ficaram apavoradas. Não tem porquê. Eu fiz questão de vir hoje, almoçar no ver-o-peso, tomar um açai, comer um peixe frito, uma caldeirada para exatamente dizer: Não tem que ter medo. Se tivesse risco, pode ter certeza, eu sei que um dia eu vou morrer. Eu não tenho medo da luta, eu corro riscos, mas nesse caso, eu não iria comer um peixe, se eu achasse que fizesse mal.
Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém, em discurso no ver-o-peso.
Em suas redes sociais, Edmilson Rodrigues não anunciou nenhuma medida para contornar os problemas apontados pelos feirantes e acabou causando uma grande frustração em nossa categoria. Esperávamos que o prefeito das novas ideias fosse mais companheiro, mas o que vemos é que ele ainda não disse ao que veio.
João, vendedor de peixe da feira da 25 de Setembro, sobre a falta de uma ação por parte do prefeito de Belém em relação à queda na venda do pescado na capital paraense.
Outros feirantes disseram que avaliam que diante da falta de ações práticas por parte do poder público, amanhã pode haver mais um protesto, fechando o tráfego de veículos na área do ver-o-peso, como aconteceu hoje.
ANANINDEUA CRIA AUXÍLIO DE 2 MIL REAIS E AMENIZA PREJUÍZOS DOS FEIRANTES
Em Ananindeua, o prefeito Dr. Daniel Santos (MDB) determinou no início dessa semana que a prefeitura providenciasse um auxílio emergencial de R$2.000,00 para cada feirante, afim de amenizar o prejuízo causado pela falta de clientes nas feiras e demais locais que comercializam pescado.
Veja como está sendo feito esse trabalho:
A DOENÇA DE HAFF E OS PEIXES QUE PODEM SER CONTAMINADOS
A queda nas vendas de peixes em todo o Pará iniciou há 9 dias e de lá pra cá tem prejudicado a venda de todas as espécies de peixes e crustáceos. Desde o dia 09 deste mês, seis casos da doença já foram identificados no Pará.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença de Haff é causada por uma toxina encontrada em algumas espécies de peixes como o tambaqui, o badejo e a arabaiana ou crustáceos, como a lagosta, lagostim e o camarão).
A contaminação acontece geralmente quando o peixe não é guardado e acondicionado da maneira correta, criando uma toxina sem cheiro e sem sabor que contamina quem consome o pescado.