O veterano jornalista Francisco Sidou desabafou em seu perfil no Facebook sobre o abandono de um dos espaços mais bacanas que temos em nossa capital: O Cine Estação das Docas, que desde 2006 foi abrigado nas dependências do Teatro Maria Silva Nunes, que com capacidade de 426 lugares serve também para realização de eventos, tais como congressos, espetáculos teatrais e shows. Tudo isso alí dentro da Estação das Docas, inagurada no ano 2000, durante o governo de Almir Gabriel (PSDB), obra assinada pelo egocêntrico arquiteto tucano, Paulo Chaves, que foi durante todos os cinco governos do PSDB, o secretário de cultura do Pará.
Apelidada como “Estação Dondoca”, o local tornou-se um dos principais pontos turísticos da capital paraense. A Estação das Docas é administrada por uma OS (Organização Social) – que dizem não ter fins lucrtivos – desde a sua fundação: a Pará 2000, que também é responsável pela administração de outros grandes equipamentos construídos pelo governo do estado, como o dinheiro do contribuinte, tais como Parque Zoobotânico Mangal das Garças, Hangar Convenções e Feiras Amazônia, Arena Guilherme Paraense – Mangueirinho, Carajás Centro de Convenções e Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna.
O Cine Estação das Docas, desde 2006 é palco de grandes festivais e Mostras de Cinema em Belém. E quando falo em cinema, não estou estou falando de qualquer cinema. O Cine Estação das Docas sempre se destatou por exibir filmes que raramente passam, ou nao demoram, pelo circuito comercial, como os cinemas dos shoppings, onde a maioria dos cinéfilos frequenta.
Criado para ser um dos raros espaços em nosso estado, para exibição de cinema de arte, bem como para formação de plateia para este segmento, o Cine Estação das Docas recebeu equipamentos digitais e um novo repertório de títulos de todas as distribuidoras de grande porte e às alternativas, que oferecem filmes fora de catálogos comerciais.
A OS Pará 2000 chegou a anunciar que o Cine Estação também abriria para a exibição de filmes publicitários, servindo de espaço para vídeos comerciais e institucionais, de 30 e 15 segundos.
Ao postar uma foto, que mesmo desfocada, da frente do Teatro Maria Silva Nunes todo sujo, o jornalista Francisco Sidou, fez o que muitos não têm mais a coragem de fazer com quem está no poder: Denunciou e cobrou da ex-secretária de Cultura do Pará, candidata a deputada federal em sua sexta (6ª) filiação partidária, Ursula Vidal (MDB), porque ela não explicou o motivo de ter acabado com o Cine Estação das Docas.
Logo ela, que se diz apaixonada por cinema e de ser cineasta, sendo que já recebeu recursos para produzir alguns filmes, dentre eles, um que não foi concluído. Mas sobre esse assunto, trataremos em outra matéria.
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Fique agora com o desabado de Francisco Sidou:
Aqui jaz o Cine Estação Das Docas.
Afinal, acabaram executando o plano de acabar com o Cine Estação, silenciosamente, como convém aos que acham que não devem explicações ao “distinto público”…
As chamadas Organizações Sociais (OS) chegam de mansinho, usualmente utilizando de boas influências para “ganhar” a gestão de obras construídas com dinheiro público, como hospitais, mas também como a Estação das Docas, Mangal das Garças, entre outros.
Recebem tudo equipado e vão apenas “faturar”, sem investir um centavo sequer de seu capital.
É um tipo de negócio em que o Estado renuncia ao seu papel de gestor público e também terceiriza decisões.
No caso da OS que “administra” a Estação das Docas começaram a esvaziar o Cine Estação de modo semelhante ao que faz o governo neo-liberal , que primeiro promove o sucateamento para depois privatizar em nome de uma suposta eficiência da iniciativa privada…
Os novos “donos” da Estação das Docas preferiram acabar com o cinema, que exibia filmes selecionados e de Arte para dar espaço a recepções e regabofes de eventos sociais, como casamentos, etc.
Certamente “faturam” mais…
E o “distinto público” não mereceu sequer uma notinha sobre a extinção de mais um cinema de qualidade em Belém, não é, jornalista e candidata Ursula Vidal?
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