Um vídeo que circula pelo aplicativo de mensagens Whatsapp, com um texto que diz ser o depoimento de um suposto organizador de uma carreata, convocada por seguidores do presidente Jair Bolsonaro, em Belém viraliza e acaba levantando suspeitas do ato de abuso de autoridade por parte da polícia civil.
Outro vídeo que teria sido gravado em Belém, mostra policiais militares adentrando uma barbearia e ordenando o fechamento do estabelecimento. Diante do aparato policial, o proprietário pede para terminar de cortar o cabelo do cliente para poder obedecer a ordem.
Um texto que acompanha o vídeo informa que o cidadão que é mostrado em uma delegacia chame-se Eduardo Cunha, advogado e ativista digital.
O portal Amazon Live, entrevistou Eduardo Cunha que confirmou a realização do depoimento na Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT), ligada à Diretoria de Polícia Especializada (DPE), que tem como responsável o delegado José Sérvulo Cabral Galvão. No entanto, o advogado estava no órgão da polícia como defensor dos líderes da mobilização para a carreata e não como indiciado.
Eduardo Cunha disse que perguntou se o depoimento de seus clientes estava sendo gravado e primeiramente foi informado que não. Para o advogado, o vazamento das imagens das câmeras do circuito interno de tv é um crime previsto no código penal e no estatuto dos servidores.

No dia 16 destes mês, o governador do Pará, Helder Barbalho, assinou um decreto com medidas de enfrentamento à pandemia do coronavírus (COVID-19), no âmbito do Estado do Pará.
O decreto regula uma série de medidas, entre elas a restrição de eventos e reuniões públicas e privadas acima de 500 pessoas, a dispensa de servidores para que realizem suas atividades home office quando a mesma puder ser realizada de modo eletrônico ou telefônico, e a dispensa de servidores que integram o grupo de risco.
Nesta sexta-feira, 27, outro decreto de Helder Barbalho proibiu aglomerações e mobilizações no Pará. O anúncio foi feito depois do deputado federal Eder Mauro e outros seguidores e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro terem confirmado a realização do ato, em forma de carreata, durante o próximo domingo, pelas ruas de Belém e demais municípios. A ideia é pressionar pela abertura do comércio, o que tem provocado o prejuízo de muitos pequenos comerciantes que dependem das abertura de seus estabelecimentos para garantir o sustento de suas famílias e dos seus empregados.
No entanto, em mais uma coletiva de imprensa, Helder foi enfático ao dizer que os agentes de segurança pública estão autorizados a tomarem medidas enérgicas contra quem desobedecer e que não vai permitir aglomerações de qualquer natureza e que possa a vir prejudicar as medidas de prevenção do combate o novo coronavírus (Covid-19) no estado.
“Qualquer mobilização, qualquer movimentação, neste momento representa infração ao decreto que permite as pessoas circularem, mas sem aglomeração, como decidiu o Governo do Estado”, completou.