terça-feira, junho 6, 2023
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PM afasta policiais que agrediram torcedores do Remo nos arredores do Mangueirão

Em nota, o comando da PM paraense disse que "reitera que não compactua com nenhum desvio de conduta por parte de seus integrantes e que irá apurar com rigor o caso".

Era para ser mais uma partida de futebol que pai e filho iriam assistir do seu time, mas a volta pra casa foi marcada por um ataque furioso de agentes públicos que deveriam proteger e acabaram atacando de forma covarde, as vítimas que resolveram gravar e colocar nas redes sociais, os vídeos da agressão.

O caso ocorreu na última terça-feira (18), depois da partida entre o Remo e o Caeté, que acabou com a vitória azulina por 2 a 1, jogo das quartas de final do Campeonato Paraense. Pai e filho saíam do estádio do Mangueirão, quando foram atacados por policiais militares montados em cavalos.

Eles contaram que estavam saindo do estacionamento do Estádio Mangueirão para a rua que fica ao entorno do estádio olímpico (ainda incompleto, depois de ser reeinagurado com uma obra que passou de meio bilhão de reais), quando perceberam que estavam sendo seguidos pela polícia montada. Os vídeos foram postados no Instagram da mãe e esposa dos agredidos e ganham forte repercussão nas redes sociais.

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Assista a edição que fiz ao juntar os vídeos que relatam o ocorrido:

Após darem divulgação ao caso (um crime covarde, diga-se de passagem), as vítimas foram aconselhadas a procurar os órgãos competentes, prestarem queixa na Polícia Civil e procurarem o IML – Instituto Médico Legal do Pará para fazeram exame de corpo de delito. E assim o fizeram nesta quarta-feira (20).

Em contato com a mãe e esposa das vítimas, diogenesbrandao.com soube que a família procurou a Promotoria Militar e esta instaurou um procedimento criminal, onde as vítimas foram ouvidas hoje, dia 20.

Embora alguns poucos veículos de imprensa tenham noticiado o crime cometido pelos policiais militares, nenhum jornalista levantou a hipótese das vítimas terem sofrido o ataque por serem negros e estarem voltando para casa a pé.

Pobres e pretos são as principais vítimas da violência policial em nosso país e no Pará isso é recorrente. Sorte que as vítimas gravaram o que aconteceu, pois caso contrário estariam sem muitas chances de verem o inquérito policial instaurado ter um fim justo.

Se é que terá.

Procurada pelo diogenesbrandao.com a assessoria de imprensa da Federação Paraense de Futebol disse que diretoria da instituição responsável pelo Campeonato Paraense de Futebol “não tem manifestação para esse caso”. O curioso nesse caso é que a Federação Paraense de Futebol (FPF) e a Defensoria Pública do Estado (DPE) lançaram no início desta edição do Parazão, o projeto “Parazão inclusivo”, que visa conscientizar clubes e torcedores às práticas anti-racistas, entre outras pautas das minorias, mas se recusa a se manifestar contrária às práticas criminosas ocorridas em um jogo sob sua responsabilidade.

E olha que o novo presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, eleito há quase um ano atrás com uma chapa denominada “Unir para Mudar”, disse naquele momento: Hoje a gente está presenciando uma das maiores vergonhas do futebol paraense“. Pelo jeito, além dos nomes da diretoria, pouca coisa mudou na Federação.

A PM-PA divulgou nota onde diz que irá apurar o caso com rigor (e nós também!)

Nota da Polícia Militar

“A Polícia Militar informa que a Corregedoria-geral instaurou um inquérito policial militar para apurar a conduta dos agentes que já foram identificados e afastados, preventivamente, do serviço operacional até a conclusão das investigações. A PMPA reitera que não compactua com nenhum desvio de conduta por parte de seus integrantes e que irá apurar com rigor o caso“.

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