quinta-feira, março 30, 2023
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PF dá batida em empresa suspeita de bancar compra de votos para eleger o senador Beto Faro (PT)

Operação da PF se dá quase quatro meses depois do MPE pedir a cassação do registro eleitoral do senador Beto Faro (PT), por revelações de que uma empresa investigada negociou a compra de votos para o candidato apoiado pelo governador Helder Barbalho (MDB)

Hoje, agentes da Polícia Federal estiveram cumprindo mandado de busca e apreensão na Kapa Capital. A empresa com sede na Av. Centenário, 558, bairro do Mangueirão, em Belém-PA e tem contratos milionários com o governo de Helder Barbalho (MDB) é suspeita de fazer parte de um esquema de compra de votos para eleger o senador Beto Faro (PT), o principal aliado do governador paraense.

Um escândalo que em breve poderá ser elucidado, caso os agentes do poder judiciário não se curvem às investidas do poder executivo.

Até o fechamento desta matéria, a redação do portal não conseguiu ter atendidas as ligações feitas para o número da empresa e nem obteve respostas aos pedidos de esclarecimento feitos para a assessoria do senador Beto Faro.

No site da empresa, a seguinte discrição: “Há dez anos no mercado paraense, o Grupo Kapa Capital oferece as melhores soluções e serviços aos seus clientes, trabalhando de forma ética e sustentável”.

CONHEÇA A HISTÓRIA

Dois meses após as eleições do ano passado, o site O Antagônico trouxe a seguinte matéria: O Beto Faro. A Empresa. Os Tickets . O Grupo de WhatsApp do Igeprev. A Compra de Votos. O MPE e o Pedido de Cassação

O que a matéria revelou?

Que o Ministério Público Eleitoral do Pará, através do procurador Alan Mansur, representou na noite desta terça-feira, 20, pedindo a cassação do registro do senador Beto Faro, por compra de votos nas eleições do 1º turno.

O processo está em sigilo. Porém, uma fonte relatou a O Antagônico que a compra de votos envolve uma grande empresa que tem contratos com o governo do Pará e um grupo de WhatsApp do Igeprev. O encontro entre os diretores da empresa e o candidato Beto Faro teria acontecido no Bancrévea. Em seguida uma reunião aconteceu na sede da empresa.

Na reunião, os diretores da empresa teriam proposto a Beto Faro a compra de votos através de Tickets Alimentação. A promessa foi de aumentar a votação de Beto de 500 a 800 mil votos. A conversa no escritório da empresa foi toda gravada por um dos participantes, que fez a denúncia no Ministério Público Eleitoral.

A gravação já foi periciada pela Polícia Federal. A diferença entre Beto Faro e o 2º colocado, Mário Couto, foi de pouco mais de 200 mil votos. Nos próximos dias O Antagônico publica mais detalhes sobre a representação do MPE contra Beto Faro, Josenir Gonçalves Nascimento e Leny May da Silva Campelo. O número do processo é 0602661-35.2022.6.14.0000. Caso Beto Faro tenha o registro cassado, Mário Couto assume o mandato até a realização de nova eleição. 

O jornalista Olavo Dutra deu seguimento à investigação jornalítica e na matéria Empresa acusada de comprar votos para eleger Beto Faro fatura R$ 140 mi em 35 contratos com governo do Pará trouxe à tona os aúdios que circulavam por mídias sociais e aplicativos de mensagem.

Áudios de reunião entre o então candidato do PT ao Senado, Beto Faro, que venceu Mário Couto com apoio do governador Helder Barbalho, e o dono da empresa Kapa Capital, supostamente negociando compra de votos. A empresa mantém 35 contratos com o Estado e faturamento de mais de R$140 milhões.

Nas páginas do Diário Oficial do Estado do primeiro governo de Helder aponta contratos milionários na área de vigilância, limpeza e higienização. Ao todo, dez secretarias e instituições do Estado contrataram serviços da Kapa Capital Facilities.

35 contratos firmados na gestão Helder Barbalho, incluindo aí os respectivos aditivos, totalizando R$142,6 milhões. O montante é facilmente comprovado em busca rápida nas páginas do Diário Oficial do Estado do primeiro governo de Helder. São contratos de vigilância, limpeza e higienização, entre outros. Ao todo, dez secretarias e instituições do Estado contrataram a Kapa Capital Facilities, entre esses Instituto de Previdência (Igeprev); secretarias de Educação (Seduc), e de Trabalho e Renda (Seaster); hospitais Ofir Loyola, Santa Casa e Gaspar Viana; ParáPaz, Adepará, Escola de Governo e Fundação Cultural do Pará. 

Relações perigosas

Resta saber agora como a Justiça vai ver essa relação, já que a dita reunião dos diretores da empresa supostamente negociando voto a favor de Beto Faro foi justamente com funcionários que prestam serviço em repartições públicas do Estado. Ou seja, a negociação era feita pela direção de uma empresa que recebeu, e ainda recebe, dezenas de milhões de reais do poder público todos os meses. 

‘Na Tonga da Mironga”

As gravações são de uma clareza cristalina, onde os empresários oferecem compensação financeira aos funcionários, através de vale refeição, para quem entregar lista com até 20 nomes de eleitores, com cópia de título de eleitor ou número, entre outros dados. Um diretor, conforme consta na gravação, chega ao cúmulo de alertar que ‘não vale levar título de idoso’, se referindo aos funcionários lotados no Igeprev. Prova maior do que isso só na ‘Tonga da Mironga do Kabuletê.

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