sexta-feira, junho 2, 2023
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Padrinho político do delegado Eguchi, Roberto Jefferson é preso pela PF

Chamado de seu padrinho político pelo próprio delegado da Polícia Federal, o Delegado Eguchi, Roberto Jefferson, ex-deputado envolvido no escândalo do “Mensalão” foi preso por agentes da PF em sua casa, na manhã desta sexta-feira, 13.

Roberto Jefferson é um dos alvos em um inquérito que corre no STF e que investiga a sua participação em uma milícia digital, também composta por assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete do ódio”, que pode ser encarregado por ataques contra desafetos da família do presidente Bolsonaro e adversários do governo, tanto nas redes sociais, quanto nos atos considerados antidemocráticos.

A autorização para prisão do político partiu do ministro Alexandre de Moraes, que também determinou o Bloqueio de conteúdos postados nas redes sociais de Jeferson e apreensão de armas que ele faz questão de exibir, além de mídias de armazenamento, onde pode conter informações sobre o modus operandi de sua atuação na milícia.

Além da sua residência, os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em residências de familiares de Roberto Jefferson, hoje um dos principais defensores do presidente Jair Bolsonaro, que até agora não se manifestou sobre a operação da PF.

O mandado é de prisão preventiva, o qual não tem prazo estipulado para acabar.

“A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice”

Roberto Jeferson.

O advogado de Roberto Jefferson, Dr Luiz Gustavo Pereira da Cunha, disse por telefone, que só vai se manifestar depois que tiver acesso a íntegra da decisão do mandado de prisão e da busca e apreensão realizado pela PF.

Milícia digital tá on

O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do STF, que investiga indícios e provas da existência de uma organização criminosa que age com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito e contra os demais poderes da república.

Essa organização criminosa se dividiria em núcleos, que vão da produção de conteúdo, à publicação, com financiamento político e empresarial. Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido com verba pública e uso de equipamentos do governo e do congresso nacional.

Outro pedido de prisão

Foi a partir de uma entrevista do então deputado federal Roberto Jefferson que estourou foi o pivô do escândalo do mensalão, em 2005, quando o Brasil e o mundo tomaram conhecimento das denúncias contra o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de passar dinheiro a deputados da base aliada no Congresso.

Pivô do escândalo, em novembro de 2012, no julgamento do mensalão no STF, Roberto Jeferson foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Hoje, Roberto Jefferson é um dos mais ferrenhos defensores das ideias e propostas do presidente Jair Bolsonaro, usando suas redes sociais para postar fotos com armas, acusar o STF, TSE, imprensa e partidos de oposição de tramarem um golpe contra o presidente.

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