Uma raposa da advocacia paraense faz um exercício de futurologia sobre a sentença do juiz Raimundo Santana, que exonerou a primeiríssima dama Daniela Lima Barbalho do cargo de conselheira vitalícia do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE).
Como parece óbvio, os advogados do governador Helder Barbalho – inclusive Alex Centeno, provavelmente, candidato a uma vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Pará (TJE) – irão recorrer da irretocável decisão do juiz Santana.
O recurso, então, será encaminhado justamente ao Tribunal de Justiça, onde pelo menos uma dúzia de desembargadores deve favores ao senador Jader Barbalho (MDB) e seu filhote governador.
É fácil comprovar o nepotismo cruzado existente entre o TJE e o governo Helder Barbalho. Basta o Ministério Público ou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) requererem a relação de assessores especiais lotados na Governadoria do Pará e na Casa Civil do governo Helder Barbalho.
São milhares de assessores – centenas nem dão as caras no batente e nem haveria espaço para tanta gente. Entre as centenas de apadrinhados estarão, certamente, filhos e filhas, maridos e esposas, tios e tias, sobrinhos e sobrinhas de desembargadores (ras) do Tribunal de Justiça do Pará, num asqueroso, odiento e ilegal nepotismo cruzado, que também corre frouxo no Tribunal de Contas do Pará (TCE) e no Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM).
Então, resume a raposa da advocacia paraense, que não se identifica por medo de retaliações de todos os lados.
É só prestar muita atenção e pesquisar: o desembargador ou desembargadora que vai derrubar a correta sentença do juiz Raimundo Santana com toda certeza já recebeu alguma benesse do governo Helder Barbalho, antecipa o honorável causídico.
A conferir!
Ronaldo Brasiliense.