sexta-feira, junho 2, 2023
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O destino incerto do senador Paulo Rocha, após ser barrado pelo PT-PA de concorrer à reeleição

Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: dar voltas.

José Saramago

Senador até o dia 31 de dezembro deste ano, o futuro de Paulo Rocha é tema em diálogos de 10 entre 10 petistas no Pará e cada vez mais incerto, ultrapassando as fronteiras do partido e criando curiosidade sobre outros fatores que dialogam e cruzam com sua trajetória política.

Independente do que venha acontecer e das especulações que surgem, há quem diga que Paulo Rocha cavou sua cova ao não se preocupar com o adversário que crescia debaixo de seus olhos. Afinal, não é de hoje que muitos observadores notam o pragmatismo exacerbado de Beto Faro, que vinha apontando para aquilo que hoje se consolidou: A sua liderança e vitória sobre Paulo, culminando na reunião interna do diretório estadual do PT no Pará, que bateu martelo para sua indicação à vaga de candidato a senador pelo partido, nas eleições deste ano.

A GERAÇÃO LULA

Paulo Rocha desponta politicamente organizando os trabalhadores gráficos do Pará, vindo por isso a ser fundador da CUT e do PT no Pará, ainda na década de 80, quando os movimentos sociais juntavam-se aos partidos e forças sindicais pela redemocratização do país, na época, prestes a completar duas décadas de Ditadura Militar.

Eleito deputado federal já em sua primeira disputa eleitoral, o gráfico que teve o curso técnico na Escola Salesiano do Trabalho fez amizade com Lula e a direção do partido e desde então se mantem até hoje a principal liderança do partido fora do Estado. Ou seja, tanto em Brasília, quando nas negociações com o núcleo que comanda o partido nacionalmente.

No entanto, perdeu o comando do partido em seu quintal, o estado do Pará. São inúmeros os motivos que levaram Paulo Rocha a chegar nessa condição e aqui estar fragilizado, mas vamos tentar pincelar os mais importantes.

O CAMPO MAJORITÁRIO E SUAS FRAÇÕES

Estrategicamente, para ter o controle do PT em suas mais diversas fragmentações, ainda no ABC paulista Lula integrou e liderou o que ficou conhecido como “Campo Majoritário”. Tanto nacionalmente, quanto no Pará, este grupo de tendências internas consegue manter-se hegemônico durante muitos anos, sendo que aqui conformou-se em três grupos: A Unidade na Luta, comandada por Paulo Rocha; o PT pra Valer, que virou CNB – Construindo um Novo Brasil, hoje comandado pelo deputado federal Airton Faleiro e o deputado estadual Dirceu Ten Caten e o grupo comandado pelo deputado federal Beto Faro, denominado de AS – Articulação Socialista, que conta com sua esposa, Dilvanda Faro eleita deputada estadual em 2018 e o deputado estadual Carlos Bordalo, que cumpre o seu 4º mandato na ALEPA.

O MAIOR GRUPO INTERNO NO PT-PA

O grupo de Paulo Rocha sempre foi o maior e mais forte nessa tríade do campo majoritário, tendo por ela passado lideranças como os ex-deputados estaduais Mário Cardoso, Miriquinho Batista – que também foi eleito deputado estadual e depois federal; Maria do Carmo, que foi deputada estadual e prefeita de Santarém por dois mandatos, e os deputado estaduais Carlos Martins, irmão de Maria do Carmo, o bem como os ex-deputados estaduais Chico da Pesca e Zé Maria.

Em 2008, o PT chegou a eleger 22 prefeitos, entre os quais 11 eram ligados à Unidade na Luta, o grupo comandado por Paulo Rocha.

Em Belém, a turma de Paulo Rocha, a Unidade na Luta chegou a ter três vereadores só do deste grupo: Alfredo Costa, Adalberto Aguiar e Otávio Pinheiro.

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O PROBLEMA DE SER GRANDE

Por ter muitas lideranças reunidas em seu grupo, Paulo Rocha perdeu o controle e não mais conseguiu unificá-las em uma estratégia coletiva e quando cada grupelho passou a pensar em sua própria estratégia a competição entre si fez com que passassem a lançar candidatos para a mesma vaga, sem as chances e votos necessários para contemplá-los.

Foi justamente o que aconteceu nas eleições de 2010, quando Ana Júlia estava na disputa pela reeleição e o PT vivenciava o ápice do poder político no estado.

Miriquinho Batista concorria à reeleição no mandato de deputado federal e Carlos Martins também disputou ao mesmo cargo. Ambos perderam as eleições e o MDB acabou se favorecendo, pois PT e PMDB estavam coligados na chapa de federal, mas não na de estadual.

O clima de beligêrância interna no grupo de Paulo Rocha aumentou e Beto Faro passou a acolher os insatisfeitos que o procuravam ou era cooptados pelo deputado.

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Leia a seguir a segunda parte desse artigo:

Com vitória no senado e derrota no governo, aliança de Helder Barbalho e Paulo Rocha termina em mágoas

P.S: Se você discorda de algo que leu acima, por favor, deixe seu comentário que me comprometo a ler e responder, podendo alterar o conteúdo, caso constate erros ou incongruências, sejam elas de caráter ortógrafico, factual ou até mesmo histórico, haja visto as datas e números dispostos pelo texto.

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