sexta-feira, junho 9, 2023
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O desabafo e os desafios de um blogueiro

Após 14 anos no ar, faz dois meses que dei uma pausa no blog AS FALAS DA PÓLIS para poder me concentrar em um novo projeto editorial – depois de ter o portal AmazonLive censurado pelo juiz Heyder Tavares, a pedido do governador Helder Barbalho – mas confesso que estou tendo dificuldades em manter a atualização deste meu site de notícias, que desde quando surgiu, assim como o blog e o portal acima citado, sempre esteve entre os 10 mais acessados da região metropolitana de Belém, ranking esse onde destacam-se os principais veículos da imprensa paraense.

É que hoje não basta apurar, formular e escrever. O jornalismo nas plataformas digitais requer um certo conhecimento técnico de programação, SEO, formatação, etc.

Sem o suporte de uma equipe de profissionais de TI, revisores, analistas e outros escribas, um blog autoral ou um site de notícias tornam-se um trabalho hercúleo, cansativo e demorado. Tipo de coisa que só um workaholic aguenta.

Além disso, temos uma penca de blogs, portais e sites de notícias que exageram na exploração da violência, da vida de famosos, ou de imagens e vídeos de apelo sexual, tornando o noticiário em uma torre de Babel, repleta de futilidades, mas que por gerar clicks, atraem publicidade e, por consequência, alimenta financeiramente seus autores com verbas públicas e de empresas.

Um artigo esclarecedor, ou uma matéria investigativa, que requer de um certo tempo e dedicação, acabam sendo “vencidas” pelas chamadas apelativas, como uma perseguição policial que termina em morte e sangue jorrado no chão, por exemplo.

Isso sem falar das famosas Fake News, que são ampla e fartamente distribuídas por pessoas que não fazem ideia do quanto esse tipo de produto é nocivo às vidas alheias.

Estudiosos explicam que esse tipo de ‘notícia’ ganha notoriedade por ativar a curiosidade, o medo ou o prazer das pessoas, que consomem informações baseadas nessas sensações humanas.

Como dizíamos antes: Freud explica!

Por outro lado, tenho conversado com amigos jornalistas e defendido a tese de que se formos pensar um pouco para além desse nosso “mimimi”, podemos fazer disso uma oportunidade de nos destacarmos no “mercado da notícia”, utilizando nossa experiência de vida e profissional, sempre com um olhar diferenciado e mais dinâmico sobre os fatos que estão aí, borbulhando a toda hora, sejam em grupos de Whatsapp, ou nas redes sociais, hoje fontes indispensáveis para quem precisa e quer sobreviver nessa selva do jornalismo moderno, sobretudo do digital.

Isso tudo que as novas mídias nos oferecem parece contribuir com o trabalho jornalístico, onde a celeridade das informações, naquilo que chamamos de real time, ganha uma importância vital para quem investe para manter e ampliar sua audiência.

Mas como fazer isso, sem precisar apelar para temas sensacionalistas?

Isso, definitivamente, não é uma tarefa fácil.

Faltando um ano para o ápice da campanha eleitoral, qualquer notícia sobre gestores públicos é logo vista com desconfiança.

O termo Fake News é doce na boca de quem não gosta de uma notícia e rápida e futilmente tenta desacreditá-la, imputando-a o termo que significa “Notícia Falsa”.

Leia também sobre Fake News e Pós-verdade

Se você revela algo de podre de um político, te acusam de estar pago para detonar o cara. Se mostra um bom projeto, ou destaca uma iniciativa positiva, dizem que estás pago para falar bem do gestor ou do parlamentar em questão.

A fulanização do debate público fica sendo tua carapuça.

Pra piorar, a polarização entre esquerda e direita, faz com que sejas acusado de Lulista e Bolsonarista.

Basta que desagrade os seguidores destes, ou que uma matéria com uma análise apimentada, ou um artigo com críticas a qualquer desses candidatos ou suas respectivas doutrinas e ideologias e logo serás rotulado de partidário, comunista, direitoso, alienado, vendido, etc.

isso sem falar das tentativas de intimidação, com processos e ameaças que muitos profissionais da comunicação enfrentam no dia-a-dia.

Enquanto isso, a população é bombardeada com as mais diversas narrativas pró ou contra os conceitos vigentes e perspectivas que nunca nem sequer experimentamos no Brasil, como o socialismo e a economia liberal.

Nesse meio, a ignorância flerta com o autoritarismo e algumas pessoas passam a desejar um governo tirano, sem tribunais de justiça, sem parlamento e com as forças armadas no poder supremo.

Não tá fácil, mas vou tentar manter a produção de conteúdo e de divulgação de boas ideias e até de denúncias necessárias para o conhecimento da sociedade, sem me importar em disputar audiência com esses subterfúgios que muitos lançam mão para aumentar a audiência e serem remunerados, seja pela iniciativa privada ou de governos, com suas verbas publicitárias que acabam acorrentando muitos profissionais.

Para evitar isso, conto com a ajuda e parceria de quem considera importante termos um veículo de comunicação independente e diferenciado e portanto, possa contribuir de alguma forma com este trabalho, seja como um colunista, fonte de boas informações, um anunciante ou até mesmo como muitos, um colaborador que lê e nos indica, compartilhando de alguma forma, aquilo que acha importante para o conhecimento público.

Dito isso, este espaço está em permanente transformação, tendo nos próximos dias a inclusão de artigos e matérias sobre tecnologia, ciência política, comunicação digital e outros assuntos pelos quais seu editor se compromete a escrever com mais frequência, assim como ativar o Podcast e outras novidades para quem sempre está por aqui.

Vamos à luta!

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