A eleição para o governo do Estado do Pará 2022 está aberta. A única certeza é a candidatura de Helder Barbalho à reeleição.
Vamos analisar a partir das forças políticas existentes no Estado e que sem dúvida vão lançar seus candidatos ao pleito.
Buscamos a eleição de 2018 para compormos nosso raciocínio lógico.
Naquela eleição, Bolsonaro (PSL) obteve no primeiro turno 46,03% dos votos no estado do Pará. Haddad (PT), 29,28%. Os demais partidos somaram 24,69%.
No segundo turno disputaram Bolsonaro e Haddad. Ao final Bolsonaro obteve 55,13%, tendo um crescimento de 9,10% do primeiro para o segundo turno. Já Haddad fechou a eleição com 44,87%, no entanto seu crescimento foi de 15,59% do primeiro para o segundo turno no Pará.
Em se tratando de governo do estado, Helder Barbalho obteve no primeiro turno 47,69% dos votos válidos; Márcio Miranda chegou a 30,21%. Paulo Rocha, 17,05%, Fernando Carneiro, 4,46% e Cleber, 0,59%.
Já no segundo turno, Helder fechou com 55,43%, obtendo um crescimento do primeiro para o segundo de 7,74%. Márcio Miranda fechou o segundo turno com 44,57%. O seu crescimento foi de 14,36%.
A partir desses dados extraímos três forças políticas competitivas que vão se enfrentar em 2022, a saber: MDB e seus aliados, tendo Helder Barbalho a frente; um candidato Bolsonarista; um candidato capitaneado pelo bloco jatenista. Não incluo, aqui, a força da “esquerda” como aconteceu em 2018 com Paulo Rocha, uma vez que o PT, principal partido da esquerda, já está nas entranhas do MDB.
Ressaltando que em 2018 Bolsonaro não tinha nenhum candidato declarado no Pará. Em 2022, a eleição vai ser bem diferente, e Bolsonaro vai precisar de um palanque. Por isso vai ter um candidato 100% bolsonarista.
Agora vamos à especulação, trabalhando com números: Pelo desgaste natural do cargo e pelos inúmeros escândalos de desvios de verbas na pandemia (fatos que vão ser muito explorados), Helder não garanta a mesma votação que obteve no primeiro turno em 2018, mas feche o primeiro turno com 45,00%; grupo jatenista atinja 35,00%; grupo bolsonarista, 18,00%. Com esse desempenho, já temos confirmado segundo turno.
Segundo turno é outra eleição. Rearranjo e rearticulações florescem. No Pará, desde a redemocratização, houve segundo turno. O paraense gosta de ir pra final. Não tem graça ganhar no primeiro turno.
Por Dornélio Silva, Cientista Político e responsável pelo Instituto DOXA de Pesquisa.