No próximo dia 11, a partir das 17h, o Cine Teatro Líbero Luxardo recebe o 8º Festival Internacional de Cinema do Caeté, evento cultural que integra a programação especial dos 36 anos de aniversário da sala do Cine Teatro Líbero Luxardo e como comemoração promove o Mostra Caeté Cult, que tem a curadoria do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA).
O Portal Diógenes Brandão conversou com o diretor do FICCA, Francisco Weyl, a fim de saber um pouco do evento. “O Festival de Cinema do Caeté tem uma culminância, 8, 9 e 10 (de dezembro), então nesse sentido é a data de realização dele, e o charme dele são as oficinas, são os debates, as rodas de conversa e as mostras. Como esse ano a gente tem uma programação bastante vasta, então nós estamos diluindo a programação ao longo do segundo semestre”, explica Weyl.
O Caeté Cult é uma das seis mostras, juntamente com o Cinema Contemporâneo de Resistência, além de Negro FICCA, Sérgio Santeiro e a Defesa do Cinema Brasileiro, Ana Tinôco e o Cinema Invisível, de Vicente Cecim em parceria com Bruno Cecim. Quatro oficinas compõem ainda o projeto do Festival e são realizadas em escolas públicas, sendo duas na Vila do Bonifácio, em Ajuruteua, em Bragança; e duas no Quilombo do América.
AMAZÔNIA
“O FICCA é um festival que difunde o cinema, mas procura formar um público do cinema amazônico, construir uma perspectiva para que nós tenhamos novos realizadores, e que esses novos realizadores afirmem novas cinematografias diferenciadas do cinema padrão, que enfrentem essa cultura comercial dominante, que massacra a cultura da Amazônia”, reafirma o diretor.
MOSTRA CAETÉ CULT E PROGRAMAÇÃO
O Caeté Cult se define por um recorte político e cultural com foco na Região dos Caetés, Estado do Pará, que reúne uma população estimada em cerca de 500 mil habitantes, distribuídos nos municípios de Augusto Correa, Bonito, Bragança, Cachoeira do Piriá, Capanema, Nova Timboteua, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru, Salinópolis, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo, São João de Pirabas,
Tracuateua, Viseu.
Na programação da próxima segunda-feira (11), o público poderá conferir filmes em formato de curta-metragem, com ênfase na produção de realizadores e produtores cujos temas são de interesse social, econômico, e cultural para Região dos Caetés. Confira a programação do Caeté-Cult:
Cabeça de cachorra
Realização Coletiva / PA / 3 Min
Filme coletivo, realizado pelos estudantes da Escola Domingos de Souza Melo, Vila do Bonifácio, praia de Ajuruteua, durante as
oficinas de Cinema de Guerrilhas ministradas por Marta Ferreira e Mateus Moura, na Vila do Bonifácio, praia de Ajuruteua.
Quilombo do América, Bragança do Pará, Dezembro de 2021.
A visita do Padroeiro
Realização Coletiva / PA / 4 Min
Filme coletivo, realizado pela Associação de Remanescentes do Quilombo do América, estudantes e professores da Escola Américo
Pinheiro de Brito, durante as oficinas de Cinema de Guerrilhas ministradas por Rosilene Cordeiro e Francisco Weyl.
O Quilombo é meu lugar, a minha casa
Realização Coletiva / PA / 19 Min
Filme coletivo, realizado pela Associação de Remanescentes do Quilombo do América, estudantes e professores da Escola Américo
Pinheiro de Brito, durante as oficinas de Cinema de Guerrilhas ministradas por Carol Magno
Ceia do Mar
Roberta Mártires / Pa / 44 Seg
Videopoema
Água e Sal
Roberta Mártires / PA / 41 Seg
Videopoema
Cordão de Pássaro Tem-Tem
José Carlos Barroso / PA / 12 Min
Uma forma de resistência da comunidade da Vila dos Lucas, área rural do município de Bragança, é a matação da brincadeira do passarinho, uma manifestação cultural que está desaparecendo por falta de incentivo e apoio a essa tradição. (Utilizei um celular para as filmagens, quebrando o paradigma de que para fazer um documentário não precisa de aparelhos de última geração para
filmagem. Através da minha própria pesquisa narrei sobre essa manifestação cultural).
Do lugar de onde se vê
Denis Bezerra e Francisco Weyl / PA / 8 Min
Documentário a partir da pesquisa autoral de Dênis Bezerra, sobre a vida e o processo criador de Cláudio Barradas
Memórias do Cine Argus
Edvaldo Moura, PA, 20 Min.
Prêmio Imagem-Tempo, 1º FICCA, 2014
O Cine Argus movimentou a vida cultural da cidade de Castanhal, no nordeste do Pará, e influenciou diversas gerações durante seu período de funcionamento, de 1938 até seu fechamento em 1995. O filme recupera a história desse importante cinema de rua, através do entrelaçamento de memórias de funcionários e frequentadores.
Dia de Mangal
Evandro Medeiros, PA, 15 Min.
Melhor Documentário, 2º FICCA, 2015
Vídeo retrata um dia de trabalho de pescadores retirando caranguejo do mangue na RESEX Caeté-Taperaçu, no município de Bragança, Pará. Foca a sociabilidade e estratégias de trabalho no ambiente do mangal [mangue], apresentando narrativas dos ribeirinhos sobre o cotidiano do trabalho no mangue, revela para além das dificuldades as descobertas e produções criativas que tal trabalho estimula. Apresenta elementos singulares da identidade cultural construída pelos homens na relação com o mangue enquanto lugar de trabalho e vida.
Equidade Racial
Danilo Gustavo Asp, PA, 8 Min.
Prêmio Juri Popular, 3º FICCA, 2016
Documentário realizado em parceria com as comunidades negras tradicionais remanescentes de quilombos de Tracuateua, Pará, mostra estratégias de sobrevivência de extrativistas e agricultores familiares e no cotidiano popular.
#ForaCargill
Francisco Weyl / PA, 35 Min
#ForaCargill tem como cenário as ilhas do município de Abaetetuba afetadas pela construção do Terminal de Uso Privado da empresa Norte americana em território do Programa de Assentamento Agro-Extrativista Santo Afonso, na Ilha do Xingu, Município de Abaetetuba, onde vivem e trabalham cerca de 200 famílias, numa área de 2.705,6259 hectares. O DOC contrapõe o projeto privatista a um mundo coletivo, ancestral, de conhecimentos e saberes próprios, ameaçado de desaparecer, bem como essas comunidades tradicionais se organizam e como lutam para conquistar acesso e permanência à terra, os impactos ambientais e sociais causados pela construção do porto, portanto, é através das falas das lideranças e das pessoas da comunidade, inclusive as ameaçadas, que o narrar os conflitos e perigos aos quais estão submetidas as comunidades locais na Amazônia paraense.
FICCA
O FICCA ocorre em Bragança nos dias 8, 9 e 10 de dezembro de 2022 e, segundo a direção do evento, sob a perspectiva contrahegemônica, pelas falas e práticas das estéticas de guerrilha das comunidades periféricas e quilombolas amazônicas.
(Divulgação)
Na sua oitava edição, o Festival se realiza há dois anos na praia de Ajuruteua, sendo também um festival insular, extrativista e ribeirinho, sediado no Centro Cultural Cineclube Casa do Professor. Rodas de conversas e oficinas compõem a programação presencial e híbrida que se realiza no Quilombo do América e da Vila Bonifácio, praia de Ajuruteua, Bragança do Pará.
HOMENAGENS
Este ano o VIII FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté terá seis mostras não-competitivas diluídas na programação do festival durante o segundo semestre. Além das mostras Caeté Cult, Cinema Contemporâneo de Resistência, e Negro FICCA, o Festival terá mostras dedicadas à Sérgio Santeiro, Vicente Cecim, e Ana Tinoco, com curadoria de Renata Saraceni Bruno Cecim , e Francisco Weyl.
RECONHECIMENTO
O 8º Festival Internacional de Cinema do Caeté reconhecerá com o TROFÉU CARUANA DAS IMAGENS 13 projetos cinematográficos de ficções e/ou documentários de longa, média e curta-metragem, além de animações, videoclips, experimentais, filmes educativos, videoteatro, vídeo dança e performance e instalação audiovisual.
Inscrições até 15/09/2022
Regulamento
Formulário de Inscrição
Realizado sob responsabilidade da ARTE USINA CAETÉ, o VIII FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté é uma iniciativa sem fins comerciais, com atividades previstas para acontecer em espaços culturais de África, Portugal e Brasil, em 2022, este ano financiado pelo Governo do Pará, através da Lei Semear/Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, e Premio Preamar de Arte e Cultura/Secretaria de Cultura do Pará.
