Na manhã desta quinta-feira (25), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio (MPRJ) deflagraram uma operação contra a organização criminosa chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Pesa contra ele a suspeita da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. O trabalho foi para cumprir cumprir 23 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão contra milicianos.

O homicídio ocorreu em 4 de agosto, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Oito pessoas foram presas, ao menos uma delas levada para a sede da PF, mas não foi dessa vez que Zinho que a Polícia colocou as mãos nele. Geovane da Silva Mota, o GG, é um miliciano identificado com um dos homens fortes grupo. Ele estava em um hotel de luxo na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.
- VÍDEO COM O FUZILAMENTO DE JEROMINHO
Zinho figura no topo da hierarquia da estrutura mafiosa, que conta com a participação de policiais e ex-policiais. Ele é irmão do também miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em operação policial em junho do ano passado. Foram emitidos 23 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão, todos na região da Zona Oeste, pelo juízo da 1ª Vara Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital.

Cerca de 120 policiais federais estão em Guaratiba, Campo Grande e Paciência, na Zona Oeste do Rio. Segundo a PF, “durante as investigações, foi possível constatar intensa articulação e planejamento minucioso para prática de homicídios de inúmeros membros de milícia rival, entre outras vítimas”, destacou a instituição, que completou: “os suspeitos são investigados por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, além de extorsão e corrupção de agentes de forças de segurança”.
De acordo com o MP, “as investigações revelaram um esquema de extorsão, posse e porte de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito (fuzis), comércio ilegal de armas de fogo e corrupção ativa de agentes das forças de segurança, além de diversos homicídios, que são incessantemente planejados e executados pelos milicianos em face de criminosos rivais, que integram a milícia comandada por Danilo Dias, conhecido como Tandera”.
A promotoria destacou que as provas obtidas até o momento “evidenciam uma matança generalizada que é fomentada pela organização, que tem como pilar para o seu funcionamento e manutenção a destruição dos integrantes da milícia rival e de quaisquer pessoas que possam auxiliar os seus inimigos, ou prejudicar o andamento de suas atividades criminosas. A investigação ainda revelou que há criminosos destacados exclusivamente para fazer, de forma incessante, o levantamento de dados pessoais e a vigilância dos alvos que devem ser ‘abatidos’”.
A quadrilha também pratica extorsões de forma reiterada, cobrando pelo pagamento de “taxas” de comerciantes e prestadores de serviço que atuam nas áreas que são por ele subjugadas, incluindo até barraquinhas de rua que vendem lanches.
O ASSASSINATO DE JEROMINHO
Jerominho, ex-vereador apontado como um dos criadores da milícia Liga da Justiça, foi executado a tiros no último dia 4, em Campo Grande, um dos bairros que era seu reduto político. Ele estava com o cunhado e saía de seu projeto social quando foi atacado por homens fortemente armados e encapuzados. Ele chegou a ser socorrido e passou por uma cirurgia. No entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu.A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte.
*Com informações de O Globo
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