Após ser eleito por cinco mandatos como deputado estadual e de presidir a ALEPA por três mandatos consecutivos, feito qur nenhum candidato havia conseguido até então na história do parlamento estadual, bem como o fato de ter disputado as eleições ao governo do Pará com Helder Barbalho (MDB) em 2018, quando conseguiu chegar ao segundo turno com 45% dos votos válidos, a filiação de Márcio Miranda no PTB causou estranheza em quem o conhece e conhece a política paraense, sobretudo no que diz respeito ao pastor Josué Bengston, um dos caciques mais antigos do Pará. Dono de um rebanho de fiés da igreja Quadrangular que lhe garante a manutenção da sua família no poder.
O pastor que era deputado federal agora orienta sua legião de pastores e fiéis para tentar reeleger o filho, o deputado federal Paulo Bengtson, eleito em 2018 após ter sido vereador de Belém por dois mandatos. Paulo é filho do dono do partido onde disputa a reeleição, sendo o mesmo partido em que Márcio Miranda foi convencido de se filiar, com a promessa de que não coligaria com Helder Barbalho, com quem Márcio Miranda quer manter distância.
Ocorre que logo após a filiação de Márcio Miranda no PTB, a palavra dada foi quebrada e o comprimisso de honra feito por Josué Bengtson foi quebrado, tendo ele feito a coligação que com o candidato Helder Barbalho, que ele se comprometeu em não fazer.
Assista o vídeo gravado em Abril deste ano, dois dias depois do dia da mentira, em que o pastor Josué Bengtson se comprometeu em não coligar com o partido do governador:
COMO SE DEU A FILIAÇÃO DE MÁRCIO MIRANDA NO PTB
No dia 19 de Março deste ano o PTB realizou um evento para anunciar a filiação do delegado federal Eguchi no PTB, que naquele dia contou com a presença do ex-governador Simão Jatene, conforme noticiou a página Política Pará, uma das mais atenadas no mundo político e com notícias em primeira mão.
Na oportunidade, o pastor e ex-deputado Josué Bengtson disse que continuaria como presidente do partido no Pará, mas a filiação de Eguchi e outros opositores de Helder acendeu uma fogueira repleta de dúvidas sobre o destino que o PTB tomaria, a partir da filiação de lideranças que sinalizavam a vontade de apresentarem outro nome para concorrer ao governo do Pará, enfrentando, por consequência, Helder Barbalho em sua tentativa de reeleição.
Simão Jatene fez uma fala dura contra o atual governador e muitos profissionais da imprensa paraense concluíram que o evento sinalizava para a retirada do PTB da base de Helder e do controle de Josué Bengston, que cunhou a frase: “Sou Bolsonaro lá e Helder aqui”.
Nossas fontes informavam que o presidente estadual do PTB estava sinalizando que diante do governo Helder e de Bolsonaro, a saída seria liberar seus filiados para que decidam quem apoiar e por isso, o partido não irá coligar com o MDB, condição apresentada por Márcio Miranda para escolher o partido que ele entraria, tal como aconteceu.
O acordo foi testemunhado por apoiadores de Márcio Miranda, que o queriam como candidato ao senado e que confidenciaram ao nosso jornalismo que não se sentiamm representados por nenhum dos pré-candidatos até então apresentados à população, como Beto Faro, Manoel Pioneiro, Flexa Ribeiro, entre outros.
“Ao que tudo indica ele não vai apoiar nem Zequinha Marinho e nem Helder Barbalho na disputa ao governo estadual”, informou o portal Agora Pará sobre a postura de Márcio Miranda perante a disputa pelo governo do Pará.
O HISTÓRICO DA FAMÍLIA BENGTSON
Em matéria divulgada no site do jornalista Hiroshi Bogéa, ficamos sabendo que “o ex-deputado Josué Bengtson é considerado um dos donos da Igreja Evangélica Quadrangular. O político renunciou ao mandato de deputado federal, fugindo de cassação do mandato, por participar de esquema de corrupção que desviava dinheiro do Ministério da Saúde destinado à compra de ambulâncias, cuja operação ficou conhecida como “Caso dos Sanguessugas.
Ao lado do então também deputado federal evangélico Raimundo Santos, Josué Bengtson recebia “comissões” para a apresentação de emendas ao Orçamento Geral da União destinadas à aquisição de unidades móveis de saúde e equipamentos médicos-hospitalares, em vários municípios paraenses. A propina era paga aos deputados pela Planam – Comércio e Representação Ltda, e empresas coligadas, que fraudavam licitações para a venda dessas mercadorias às prefeituras.
“Em 2010, a Polícia Civil prendeu em uma rua do bairro da Pedreira, em Belém, Marcos Willian Bengtson, acusado de ser mandante da morte de um sem-terra na fazenda Cambará, no município de Santa Luzia do Pará. Junto com Marcos, dois pistoleiros também foram presos, em cumprimento a mandado de prisão expedido pela Justiça daquele município”, finalizou a matéria do jornalista Hiroshi Bogéa.
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