O governador do Estado do Pará, Helder Barbalho (MDB) visitou Muaná, na ilha do Marajó, nesta segunda-feira (07), onde anunciaria uma série de ações do governo, como a entrega de equipamentos e assinatura de convênios com o município, mas acabou impedido de discursar por causa de um protesto de barqueiros que reinvindicam a devolução de grande carga de madeira, apreendida pela Prefeitura de Muaná, durantes os últimos meses.
Os manifestantes pediram que não sejam mais hostilizados com a atuação de Policiais Militares e Guardas Municipais, que agem com abuso de poder e violência física, segundo eles, para roubar a madeira que eles transportam para outros empresários do setor para municípios como Abaetetuba, Iagarapé Miri e Belém.
A prefeitura de Muaná alega que as apreensões feitas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente é de madeira ilegal e que destina a carga apreendida para construção e reforma de pontes em Muaná, já que o município é formado por diversas áreas de palafita.
Moradores do município enviaram fotos e vídeos para nossa redação, desde a semana passada, e em postagens de grupos no Whatsapp do município, questionam o uso dessa maderia apreendida, já que há várias partes do município onde as pontes estão caíndo aos pedaços.
Em conversa com o prefeito Biri Magualhães (PSC) ele nos enviou diversos aúdios com ameaças explícitas, graves e ofensivas, inclusive contra sua família.
O último áudio acima é o pior de todos, pois cita o assassinato do vereador de Mocajuba, Gabriel Lopes (Solidariedade) morto a tiros na madrugada da segunda-feira (01), da semana passada, como um exemplo do que pode acontecer com o prefeito Biri Magalhães, que após ser ameaçado só tem andado acompanhado de policiais militares, guardas municipais e seguranças particulares.
Em sua última conversa com o redator deste portal, Biri repetiu que toma providências jurídicas, já acionou a polícia e esta está investigando o caso.
Já passei pra minha assessoria jurídica tomar as devidas providências. Continuo trabalhando com muita responsabilidade. E a SEMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) está fazendo o seu papel dentro da legalidade.
Biri Magalhães, prefeito Municipal de Muaná, em conversa com nossa redação, no final da noite desta segunda-feira, 07.
“A SEMMA está fazendo seu trabalho dentro da legalidade. E não procede nada do que os barqueiro estão falando. Infelizmente. Agora eles ficam me ameaçando de mort. É lamentável isso. Estou trabalhando com muita responsabilidade nosso município”, concluiu o prefeito.
ROUBO DA CARGA
Os barqueiros dizem que estão sendo roubados e que a madeira não é ilegal, pois é retirada da mata dentro do limite legal, sendo que suas embarcações não ultrapassam o metro cúbico exigido na legislação ambiental.
Durante o protesto, faixas e cartazes com críticas ao prefeito Biri Magualhães foram retiradas das mãos dos manifestantes, mas eles continuaram a protestar com palavras e ordens e gritando o nome do governador.
PREFEITO, TITULAR E FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE ESTÃO SENDO AMEAÇADOS
Ainda segundo funcionários da prefeitura, os barqueiros que tiveram suas embarcações interceptadas e com a madeira apreedida são de Abaetetuba e Iguarape Miri e atuam no transporte de madeira na região do Marajó, onde estão ameaçando gestores municipais e criando um clima de terror por causa das apreensões de barcos e balsas que transportam madeira retirada de outros municípios e que passam por Muaná em destino a outros municípios, inclusive à Belém.
Na verdade eu não quis mais ficar lá porque sou muito conhecido tenho muitas amizades pelo fato de também trabalhar nos rios de nosso marajó na área de açaí então eu não ia me sentir bem fazendo certas apreensão então achei melhor entregar e sai de cabeça erguida e sem perder as amizades
Maikson Nascimento, ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Muaná, onde pediu exoneração depois do conflito causado pela apreensão de madeira por parte da Prefeitura.
O conflito tem tudo para ser resolvido, mas é necessário um acordo entre as partes envolvidas, com a intermediação do IBAMA, IDEFLOR e dos órgãos de fiscalização e controle, sobretudo, o Ministério Público Estadual e as Comissões da ALEPA, pois, assim como os promotores do estado e a chefia da Polícia Federal e da Polícia Civil, sabem que há anos, a extração de madeira gera esse tipo de ocorrência e mesmo como os deputados estaduais, até aqui, todos assistem tudo e nada fazem, como se nada tivessem a ver com a questão, que é comum e abominável em toda a Amazônia.