sexta-feira, junho 2, 2023
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Governadores querem alugar áreas da Amazônia para empresas

Aluguel de espaços de preservação em terrenos privados para empresas internacionais é uma das formas de evitar que Amazônia se torne ‘museu’

Após reunião com embaixadores da Noruega, da Alemanha e do Reino Unido, os governadores da Amazônia legal comentaram sobre possíveis parcerias para investimentos na região, que podem incluir o aluguel de áreas em propriedades privadas para que empresas estrangerias utilizem para conquistar créditos de carbono.

Segundo Helder Barbalho (MDB-PA), há um “desejo dos governos estaduais pela parceria com aqueles que queiram ajudar o Brasil”. Mas há uma preocupação em respeitar a soberania nacional:

— Ambas as partes demonstram que o Fundo Amazônia é fundamental e continuará. Esta é uma sinalização por parte dos países que desejam continuar cooperando com o Fundo Amazônia e que respeitam o trabalho que o BNDES vem fazendo, mas isto não exclui a possibilidade de construir conjuntamente com os governadores da Amazônia uma alternativa paralela, que possa ser gestada com cada unidade da federação da Amazônia legal, como também através do consórcio de governadores.

O representante do Reino Unido, Vijay Rangarajan, concorda com a afirmação, mas reitera que as questões ambientais não são restritas por divisas geográficas?

— A Amazônia é soberania do Brasil, mas as questões do ambiente são globais.

Sobre o fundo Amazônia, Wilson Miranda Lima (PSC-AM)

Nós queremos que o fundo Amazônia funcione efetivamente e que, tanto o dinheiro que tem lá, quanto outros recursos que possam ser alocados, cheguem efetivamente até a Amazônia, até a região onde se pretende fazer a preservação. 

Para o embaixador norueguês, Nils Martin Gunneng, o ideal é trabalhar junto com todos os níveis governamentais do Brasil:

— Nós queremos entender mais o que os governadores querem e o que acham da situação e quais soluções eles vão seguir.

Uma das opções dadas pelo consórcio de governadores é a possibilidade de aluguel de áreas de preservação em terrenos privados da região por empresas internacionais como forma de utilizar como crédito de carbono na relação internacional dos países.

O governador paraense afirma, que a manutenção do território preservado em áreas privadas depende de investimentos e, com este pagamento, a manutenção da área se tornaria mais viável:

— Nós só conseguiremos fazer com que este estoque de floresta não seja desmatado se nós, efetivamente, transformarmos isto numa alternativa econômica, num ativo econômico.

Segundo o embaixador inglês, a ideia de preservação não pode transformar a Amazônia em um “museu na floresta”:

— Concordamos que não vamos falar de um museu na floresta, mas uma economia verde sustentável. Trabalhamos com todos os parceiros e temos uma meta comum, trabalhar contra a mudança climática. 

Esta ideia também é central na visão do alemão Georg Witschel para o futuro do planeta:

— Temos programas enormes com a mesma visão. Crescimento de baixo carbono, proteção florestal e de livre comércio também, então sustentabilidade.

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