Ainda repercute na mídia brasileira o fato de Helder Barbalho ter sido o governador eleito com a maior votação do país, 70% dos votos válidos (3.117.276 votos), contra Zequinha Marinho (PL), que obteve 27,13% (1.201.079 votos).
A diferença de quase 2 milhões de votos impôs à oposição paraense uma derrota estrondosa, que agora no 2º turno, tirou do ostracismo até mesmo o ex-governador Simão Jatene, que ensaiou se candidatar ao governo, mas desistiu quando seu atual partido, o Solidariedade, vazou a estratégia de sua candidatura antes do dia previsto para ser anunciada.
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Outros candidatos ao governo, tidos como “laranjas” por analistas políticos durante a campanha eleitoral deste ano, somaram apenas 2,43% dos votos válidos.
São eles:
Adolfo Oliveira (PSOL) com 1,28% (56.830 votos)
Dr. Felipe (PRTB) com 0,71% (31.402 votos)
Major Marcony (SOLIDARIEDADE) com 0,21% (99.183 votos)
Sofia Couto (PMB) que obteve 0,12% (5.355 votos)
Cleber Rabelo (PSTU), dessa vez sendo o menos votado, com 0,11% (5.053 votos).
2º TURNO É OUTRA ELEIÇÃO
Sem adentrar na polarização da campanha presidencial no 1º turno, a campanha de reeleição de Helder juntou 15 partidos: PSDB, Cidadania, PT, PCdoB, PV, PP, PSD, PDT, Republicanos, Avante, Podemos, União Brasil, DC, PTB e PSB. Ou seja, o governador reeleito sufocou as possibilidade de ser derrotado e arrancou das urnas uma vitória acapachante.
Em matéria para o portal UOL, o professor de sociologia e ciência política da Universidade Federal do Pará (UFPA) Gustavo Ribeiro explicou que “desde a redemocratização, a principal polarização no Pará foi entre o antigo PMDB (hoje MDB) e o grupo liderado pelo PSDB. No (comando do) pólo do PMDB estava a família Barbalho e seus aliados.
As duas últimas gestões — de governo com Simão Jatene e na prefeitura da capital com Zenaldo Coutinho (ambos do PSDB) — saíram muito mal avaliadas e isso fez com que o pólo de oposição ao MDB ficasse enfraquecido. Helder teve a capacidade de arregimentar e incorporar o apoio do principal adversário, que era o PSDB”, avalia.
Em crise, a ponto de não lançar candidato ao governo na eleição passada, o PSDB ficou ainda mais fraco, alterando as forças políticas. “Toda a direita que não era bolsonarista estava com ele (Helder Barbalho) e a esquerda teve o PT, um partido forte, que fez coligação com Helder com um candidato ao Senado, uma aliança com o objetivo de marcar posição”, finalizou o professor.
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Em video publicado em suas redes sociais neste último domingo (16), Helder Barbalho explicou o apoio a Lula.
Assista:
“O Brasil precisa de estabilidade e previsibilidade, e o Governo Federal tem que se entender com Estados e Municípios. Também é importante o fortalecimento dos órgãos de controle para coibir as atividades ilegais na nossa Amazônia. Por este conjunto de razões, escolhemos caminhar com o presidente Lula”, escreveu Helder Barbalho na postagem do vídeo acima, publicado em suas redes sociais, onde explica seu voto e se direciona a evangélicos e católicos, além de emitir mensagem a produtores rurais, que em sua maioria se declaram bolsonaristas.
Agora, ao assumir o apoio e declarar voto em Lula no 2º turno, Helder Barbalho tem buscado convencer seus aliados a votarem e buscarem votos em seu candidato e tem tido um bom retorno, mas nem todos o seguirão, como é o caso do ex-prefeito de Canaã dos Carajás, Jeová Andrade, que está como suplente de deputado estadual pelo MDB-PA e gravou vídeo dizendo que vota em Bolsonaro, apesar de ser do MDB e amigo de Helder, contrariando orientação do governador que lidera apoio a Lula no Pará.
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