De Brasília chega a notícia que deve surpreender muita gente, menos os que estão articulando essa nomeação: Ana Júlia Carepa (PT), ex-governadora do Pará, pode ser a nova presidente do Basa. Ela passou uma chuva no PCdoB mas voltou às origens e hoje está novamente filiada ao Partido dos Trabalhadores.
Ana é muito próxima do presidente Lula, que teria lhe confiado a missão de colocar o Basa para voltar a atuar em sua missão de agência de fomento ao desenvolvimento da Amazônia. Lula recebeu muitas reclamações do setor produtivo e das entidades que representam a agricultura familiar e as micro, pequenas e médias empresas, tanto no comércio quanto na indústria, de que a instituição está “parada” há anos, dificultando a vida de quem busca apoio para empreender e produzir.
Ana é funcionária de carreira do Banco do Brasil e tem trânsito em setores financeiros e produtivos, o que deverá facilitar sua gestão à frente da maior instituição de crédito da região Norte.
Em diálogo telefônico com Ana Júlia, ouviu dela que a mesma desconhece a aprovação de seu nome para o Basa.
“Sou bancária do Banco do Brasil e agradeço a referência, mas não tenho conhecimento da aprovação do meu nome pelo ministério da Fazenda, para presidir essa importante instituição financeira da Amazônia”, me disse Ana.
Ana, entretanto, não confirmou nem negou que seu nome está entre os indicados para a Presidência do Basa ou outro espaço.
A trajetória de Ana Júlia Carepa
Ana Júlia Carepa chegou onde poucas mulheres conseguem chegar: o cargo de governadora de estado. Ana foi a primeira mulher a governar o Pará (2007/2010).
Filiada ao PT, teve uma carreira política exitosa. Foi eleita pela primeira vez como vereadora de Belém, em 1992, e dois anos depois já foi eleita deputada federal. Em 1997 foi vice-prefeita de Belém, capital do Estado. Em 2000, foi eleita novamente vereadora, desta vez a mais votada da história de Belém.
Em 2002 se tornou a primeira mulher a representar o Pará no Senado da República, com votação histórica: mais de um milhão de votos. Em 2006, foi eleita governadora do Estado do Pará.
Em 2010 tentou a reeleição, mas foi derrotada por Simão Jatene (PSDB), eleito no segundo turno com uma vantagem de 10.48% dos votos válidos. Mesmo assim, Ana Júlia obteve 1.477,609 votos.
Em 2014, disputou o cargo de deputada federal, quando recebeu 58.938 votos, mas não conseguiu eleger-se. Deixou o PT em outubro de 2017, após 30 anos de militância no partido, e anunciou o ingresso no Partido Comunista do Brasil, do qual se desfiliou em 2022 para retornar ao Partido dos Trabalhadores, pelo qual disputou uma vaga para a Câmara dos Deputados, quando obteve 41.662 votos, insuficientes para elegê-la, terminado em 31º. lugar, no cômputo geral.
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