terça-feira, março 21, 2023
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Edmilson Rodrigues anuncia R$ 4 na tarifa, mas entra em contradição

Enfim, depois de um silêncio sepulcral, Edmilson Rodrigues (PSOL) usou a conta do Instagram para anunciar o aumento no valor da passagem de ônibus, de R$ 3,60 para R$ 4, a partir da próxima segunda-feira (28). Enfatizou que a tarifa não seria de R$ 5, e considerou o novo preço bem abaixo pelo reivindicado pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belém (Setransbel). “O reajuste que eu determinei, levou em consideração a situação econômico- social da população que utiliza transporte coletivo”, disse em trecho do vídeo de pouco mais de um minuto. O gestor municipal, que está no segundo ano do mandato, confirmou o lançamento do edital de licitação para contratação de empresas responsáveis pelo serviço de transporte urbano da capital.

“No lugar de pesar no bolso do trabalhador, continuamos trabalhando pela melhoria da qualidade de serviço, concedendo subsídio à tarifa e lançando a licitação do sistema de transporte em 60 dias”, garante o prefeito no texto publicado no Instagram.

A decisão de Edmilson Rodrigues pode ter sido resultado às pressões da opinião pública, sobretudo diante das primeiras manifestações promovidas por movimentos sociais, que, via de regra, apoiaram a sua candidatura à Prefeitura de Belém, mas que na última quinta-feira (24), foram para o embate com a Guarda Municipal, a fim de defender o não reajuste da passagem ou o reajuste abaixo dos R$ 5, aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte.

Conflito O reajuste determinado pela Prefeitura de Belém de pouco mais de 10% em cima dos R$ 3,60 da atual tarifa, conflita com dois posicionamentos da própria Prefeitura de Belém: o indice apresentado pela Semob para o reajuste de 39,4%, o que elevaria o preço para R$ 5,01, e o fato de todos os órgãos do executivo municipal, integrantes do Conselho, terem votado, na reunião que discutiu as planilhas da Setransbel e Semob, a favor do novo preço de R$ 5.

Não é só preço

O diretor do Dieese- Pará Roberto Sena, presente na reunião do Conselho Municipal de Transporte no dia 24, falou ao site Diógenes Brandão sobre o reajuste aprovado de R$ 5. Ele lembra que o reajuste é previsto, mas sob as análises das planilhas da Semob e da Setransbel. Ocorre, segundo ele, que “as planilhas não tiveram nenhum ‘reparo’ em 30 anos, são meramente de despesas”. As planilhas apresentadas não estariam considerando a questão social, sobretudo diante dos 3,6 milhões de trabalhadores ativos paraenses, sendo que 50% são de assalariados, segundo o Dieese.
“O aumento dos combustíveis, dos preços, de maneira geral, se deu para todos, mas com muito maior impacto ao trabalhador assalariado. Deve-se ter um meio termo na questão do reajuste do preço da passagem. Sobre isso não há nenhuma discussão”, analisa. Sena diz não ser favorável ao congelamento da passagem, mas diz que “não se pode ajustar acima da inflação do período, que foi de 23% desde o último reajuste, em 2019. Ou seja, distante dos índices de 42% e 39% apresentados, respectivamente pelo Setransbel e pela Semob.

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