Definitivamente a gestão do prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) chama atenção pelos repetidos escândalos colecionados, em pouco mais de um ano de trabalho, e pela postura em relação à militância que ajudou a elegê-lo. A última de Ed foi a determinação no corte do ponto dos trabalhadores e trabalhadoras que decidiram pela greve a fim de garantir as reivindicações da Campanha Salarial de 2022 do funcionalismo municipal.
SALÁRIO DE R$ 120,95
Pode-se dizer que, dentre as atuais medidas da administração de Edmilson referente ao movimento paredista, o símbolo maior até então é o valor do salário de um assistente de administração da escola Francisco da Silva Nunes, localizada no bairro da Marambaia. O salário líquido (veja o contracheque) do servidor, que é de R$ 1.542,55, em maio foi reduzido a R$ 120,95 após o corte determinado. O valor mal garante a compra de um botijão de gás ou talvez dois quilos de contrafilé. O principal item da pauta de reivindicação do movimento grevista é a equiparação ao salário nacional, de R$ 1.212, lembrando que o salário-base do funcionalismo público, em Belém, não chega a R$ 900.
Símbolo da atual forma de administrar do Psol na capital paraense: sem diálogo e com autoritarismo. (Reprodução – WhatsApp)
As lutas sociais e as ações dentro do ambiente sindical parecem ter caido no esquecimento de Ed e do atual grupo que comanda o governo da esquerda na capital, assim tem sentido na pele os servidores municipais, dentre eles os funcionários das áreas de Educação, Assistência Social e Saneamento, que, inclusive nesta quarta-feira (1), fecharam uma das vias da avenida Almirante Barroso. Os agentes de limpeza reivindicavam o pagamento de salários atrasados.
DOIS DAS E UM SALÁRIO DE MAIS DE R$ 15 MIL
Se Edmilson Rodrigues corta o ponto e desconta os ganhos das diversas categorias, agindo similar aos governos que ele combateu na condição de líder político em outras jornadas, e chegando até insultar outras lideranças como a professora e coordenadora do Sintepp-Pa, em Belém, Silvia Letícia, ele mesmo garante, pasmem, dois DAS (cargo comissionado), e um salário mensal de mais de R$ 15 mil à namorada Nayra Rossy. Nayra recebe proventos da Semec e na Cinbesa, de acordo com informações do Portal da Transparência (imagens abaixo).
Os ganhos
O Sintepp-Pa e as demais entidades tentam negociar com a Prefeitura, por intermédio da Câmara Municipal de Belém (CMB), como forma de repor os valores descontados dos grevistas. Só os servidores da Semec da área administrativa estão em greve há mais de 40 dias. Eles atuam no apoio nas unidades de ensino.
Servidores da Sesan terceirizados reivindicam o pagamento de salários e expõem os descaminhos da administração de Ed. (Reprodução Redes Sociais)
CRÍTICAS PSOLISTAS – VIVI REIS E FERNANDO CARNEIRO
Visto em faixas de protesto dos servidores da Sesan diante dos atrasos recorrentes dos salários de cerca de 400 servidores, a postura ditatorial do atual prefeito de Belém tem intensificado o conflito com os grevistas, mas não apenas com eles. “É inaceitável que servidores em greve tenham seu ponto cortado. E mais grave se for em um governo de esquerda… “, diz um trecho da postagem no Instagram da deputada psolista Vivi Reis (veja abaixo a postagem da parlamentar).
A decisão dos descontos gerou críticas também na CMB. O parlamentar Fernando Carneiro (Psol), por exemplo, mesmo sendo da base governista, subiu o tom da crítica à gestão de Edmilson. Ele chegou a mostrar o contracheque do trabalhador da escola municipal, que recebeu apenas R$ 120 no mês passado. Acompanhe a seguir o vídeo postado por Fernando Carneiro que ressaltou a necessidade da emissão de uma folha suplementar dos servidores da Educação, no sentido de repor os descontos. “A #greve é legítima e os trabalhadores e trabalhadoras não podem ser penalizadas dessa forma”, enfatizou”. “Fim de carreira para o Edmilson”, comentou @graccietemoraes na postagem do vereador.
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