sexta-feira, junho 2, 2023
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Disputa presidencial desembarca em procissão religiosa no Pará e Círio vira palco político. Igreja reage

Com fortes críticas ao presidente e candidato à reeleição presidencial, o governador do Pará Helder Barbalho (MDB) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) se manifestaram sobre a participação de Jair Bolsonaro no Círio de Nazaré. O atual presidente já veio em outros atos religiosos, como no Círio de 2017 e em aniversários da centenária igreja Assembleia de Deus e não sofreu as mesmas críticas, em nenhum destes eventos.

As romarias que ocorrem durante os dias da maior manifestação religiosa e de fé do Brasil estão no radar dos principais atores políticos destas eleições, que disputam em narrativas pró e contra Lula e Bolsonaro, quem tem ou não tem direito de participar e usar o ato religioso como palanque eleitoral.

Segundo apuramos, na agenda do presidente e candidato à reeleição está a participação na romaria Fluvial, onde Bolsonaro estará em uma embarcação da Marinha. Em nota, a Arquidiocese de Belém informou que não partiu dela o convite para Bolsonaro e nem a qualquer autoridade, seja federal, estadual ou municipal, para participar do Círio 2022, onde são esperados mais de 2,5 milhão de pessoas em Belém.

O Círio é um evento comandado pela igreja Católica, onde além da Romaria Fluvial, existem mais 12 procissões em homenagem à Virgem de Nazaré, considerada a padroeira dos paraenses. A festividade nazarena é a maior festa católica do mundo, além de ser reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil.

No entanto, a nota assinada tanto pela Arquidiocese de Belém, quanto pela Diretoria da Festa de Nazaré, diz: “Temos o dever de observar a plena liberdade de qualquer cidadão ou cidadã de participar dos eventos do Círio de Nazaré. Todavia, não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio”.

Antes mesmo da chegada de Bolsonaro para participar do Círio, a imprensa noticiou que ele viria participar da motoromaria e bastou para que isso fizesse estremecer o solo paraense, onde o governador Helder Barbalho, seguido pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues se manifestaram contra a participação do presidente e candidato à reeleição pela presidência da República.

“Círio de Nazaré é intocável e nenhum político tem direito de se apropriar”, diz Helder Barbalho, sobre a vinda de Bolsonaro ao Círio Fluvial.

Vendo a repercussão da manifestação do governador, Edmilson Rodrigues preferiu gravar no perfil da Prefeitura de Belém, ao invés do seu, demostrando o uso da máquina pública (funcionários, equipamentos, veículos, hora extra, etc.)

Curioso perceber a reação contra a presença de Bolsonaro em um evento religioso, já que não é a primeira vez que isso acontece e nunca havia sido criticada, ou se quer comentadas pela classe política. A ALEPA, onde a maioria esmagadora dos deputados estaduais são aliados de Helder Barbalho, aprovou o Título de Cidadão Paraense à Bolsonaro em Julho de 2019, primeiro ano deste mandato do atual governador do Pará.

Em outros momentos e visitas, o autor deste portal, sempre estranhou a passividade dos políticos paraenses e até o acompanhamento, muitas vezes indo recepcioná-lo no aeroporto e participando lado-a-lado de Bolsonaro, dos eventos, políticos e religiosos.

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ESPOSA DE LULA TAMBÉM VEM AO CÍRIO

A socióloga Rosângela Silva, mais conhecida como Janja, confirmou que estará na procissão do Círio de Nazaré, para segundo ela, pagar a promessa de Lula ganhar o primeiro turno das eleições deste ano, o que de fato ocorreu. O candidato a presidência não virá, pois tem priorizado os estados com os maiores colégios eleitorais do país, e por isso passará o final de semana em São Paulo.

Janja, que é Católica, sociologa e casada com Lula deverá ser recebida pelo governador Helder Barbalho e pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, que a convidou junto com Lula para participar do maior evento religioso do Brasil, causando enorme polêmica ao afirmar que o Círio de Nazaré já não é mais da igreja Católica e sim de todos: Evangélicos, Ubandistas, Candomblecista, etc.

A afirmação causou reação de muitos religiosos e até o arcebispo de Belém criticou a fala do prefeito, através de um aúdio que viralizou nas redes sociais e depois com uma Nota Oficial da Arquediocese de Belém.

Leia também: Igreja Católica rebate fala de Edmilson Rodrigues e prefeito de Belém diz que foi “maldade” na interpretação

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