O Catamarã “Bom Jesus IV” afundou no meio da baia do Marajó, após sair de Belém, em direção ao município de Ponta de Pedras, no arquipélago do Marajó.
Felizmente, a lancha “Valentina”, da “empresa Salmista” (de Muaná) estava próximo da Vila do Conde, em Barcarena e salvou todos os tripulantes e passageiros.
A “Navegação Bom Jesus” é da família do deputado estadual Luth Rabelo (PSDB) e foi fundada em novembro de 1982. Hoje a empresa atua nos rios dos estados do Pará e do Amapá, com uma frota de navios e catamarãs, como o que naufragou na tarde desta terça-feira, 25.
No site da empresa ela informa: “Estamos prontos para viajar com você, para isso temos uma frota de catamarãs que vão te levar com segurança, rapidez e conforto para diversos destinos“. A empresa opera fazendo conexões e viajas e ida e vinda de Belém à Breves, Ponta de Pedras, Boa Vista, Curralinho, Bagre, Melgaço, Portel e Macapá.
Em outro vídeo enviado neste instante, um cidadão grava o catamarã à deriva só com uma parte para fora do rio.
Assista:
Comandante de outra embarcação e que conhece o catamarã da empresa Bom Jesus nos informou que a embarcação é de fibra e que abriu com a força da maresia no meio da baía do Marajó.
Esse tipo de embarcação é muito frágil pra essa baia que é violenta. Pra piorar, esse catamarã já tinha uma avaria antiga. Já havia várias denúncias, mas nunca foi resolvido, disse a fonte.
Tentamos contato com a empresa, mas seus canais de atendimento não atendem às chamadas telefônicas, nem tão pouco suas redes sociais comentam o ocorrido.
Em matéria no site da jornalista Frassinete Florenzano, ela afirma que:
“Desconfortável e inseguro, até chovia dentro do Bom Jesus IV, que era cheio de goteiras. Conforme depoimentos de passageiros, centenas de vezes procuraram o Ministério Público do Estado do Pará, a Arcon – Agência de Regulação e Controle e a Prefeitura de Ponta de Pedras pedindo providências.
Por 170 vezes as empresas Bom Jesus e Marajó Turismo foram autuadas por violarem as normas de segurança de navegação, sem qualquer consequência prática. Sequer a manutenção é feita pelas empresas, que têm verdadeiro monopólio em todo o arquipélago. O dono é o empresário de navegação Luiz Rebelo, ex-prefeito de Breves, ex-deputado estadual e pai do deputado Luth Rebelo”.
