quarta-feira, março 22, 2023
spot_img
Início"Bate-pau"Depois de ser defenestrado do PT e da Rede, chefe da “milícia...

Depois de ser defenestrado do PT e da Rede, chefe da “milícia cabana” é filiado ao PSOL

O evento de flliação do ex-petista que é apontado como chefe da "Milícia Cabana", grupo responsável por atos violentos e de repressão contra manifestações e críticas ao prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) foi marcado pela presença de apenas dois dirigentes do Partido Socialismo e Liberdade. Alguns membros mais antigos do PSOL entraram em contato para relatar que reprovam a filiação do grupo, que tem fama de cobrar alto e levar conflitos e desestabilização aos partidos onde chega.

A fama do ex-petista Stefani Henrique é a de ser o principal “cão de guarda” do “gabinete do ódio” instalado na prefeitura de Belém, sob o olhar complacente do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL).

Depois de deixar o PT reclamando do tratamento recebido pelos dirigentes do partido, Stefani se filiou ao partido Rede Sustentabilidade. Lá, bateu de frente com a secretária de Cultura, Ursula Vidal e seu namorado, o publicitário Chico Cavalcante (da agência de propaganda Vanguarda).

Ursula era na época (Julho de 2021), junto com Chico, dirigente da Rede no Pará e afastaram Stefani depois de uma confusão causada por uma disputa de cargos e contratos no governo estadual. Hoje Ursula é do MDB, sua sexta filiação partidária, desde que entrou para disputar eleições, em 2014. De lá prá cá, são 4 disputas e 4 derrotas. Leia mais aqui.

Levado pelo grupo de Beto Faro (PT) para a SEASTER e depois para a SECULT, pela REDE, Stefani foi exonerado logo nos primeiros meses do governo Helder Barbalho e passou a vender produtos da Hinode, onde ganhou uma viagem internacional – em um cruzeiro – e lá postou foto, em pleno dia de semana, sem a devida licença do local de trabalho e sem ter os dias de lazer descontados de seu contra-cheque.

Desempregado, viu na vitória de Edmilson Rodrigues e no início de seu terceiro governo na prefeitura de Belém, a oportunidade de se reaproximar de quem militava na antiga Força Socialista – grupo interno que foi expulso do PT e criou o PSOL – e foi nomeado na prefeitura, destacando-se por agir com truculência contra servidores públicos e populares, sobretudo mulheres – que porventura critiquem ou protestem contra Edmilson e sua gestão.

Leia também:

Edmilson Rodrigues e chefe da segurança chamam concursados de facistas durante reunião com comissionados

Em post no Facebook, segurança de Ed intimida jornalistas e disse ter esbarrado “involuntariamente” em mulher agredida no Ver-o-Rio

Stefani mantém uma empresa que presta serviços em campanhas eleitorais, onde contrata pessoas – que viram militantes – para balançar bandeira, carregar os candidatos nos ombros, entre outras atividades de rua. Essas pessoas têm como critério para serem contratadas, o ato de se filiarem onde Stefani está e passam a fazer volume, votando sob orientação política do patrão, em reuniões que decidem rumos estratégicos destes partidos.

Persona non grata

Muito embora Edmilson dê cobertura política a Stefani, confidenciando que o mesmo é um “mal necessário”, a filiação dele no PSOL só aumenta a insatisfação de outros dirigentes do partido e do governo, como Aldenor Júnior, chefe de gabinete e Edilene Rodrigues, irmã do prefeito e procuradora do município de Belém, uma das principais mandantes na gestão do irmão.

A ex-vereadora Marinor Brito também não suporta ter que encontrar com Stefani, que sempre está presente em eventos onde o prefeito comparece, agindo como um espécie de bate-pau de Edmilson, mesmo estando lotado no Banco do Povo.

Em Junho do ano passado, durante a reinauguração do ver-o-rio, uma mulher que criticava Edmilson e gravava a cena, teve o celular jogado ao chão por Stefani. Assista aqui e aqui.

Com a repercussão nacional do caso – veja no UOL notícias – Edmilson usou sua redes sociais para dizer que haveria rigor e transparência na apuração dos fatos, mas até hoje nenhuma coisa e nem outra aconteceram e tudo não passou de mais uma “potoca”, como se comenta a respeito das promessas do prefeito da capital paraense.

Em Julho, um mês depois da agressão, Stefani enviou em um grupo de Whatsap, um áudio onde discutia com um cidadão e soltou a seguinte frase: – Sou o homem mais importante do Ed, rapaz; como ele vai me exonerar? Tu é doido do teu c*”.  

Em consulta à lideranças do PSOL, o portal foi alertado de que Stefani pretende se candidatar a presidente municipal do partido em Belém e para tal levou para filiar, seus militantes profissionais, que servirão para fazer volume nas reuniões que aprovam resoluções e elegem direções e demais tomadas de decisões no partido, como já ocorreu no PT e na Rede.

O evento que marcou a filiação de Stefani e seu grupo-empresa contou apenas com a presença de três dirigentes do PSOL: Leila Palheta, atual presidente do diretório municipal (Belém), do representante do diretório estadual, Walmir Freire e do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, que teria abonado mais de cem filiações, segundo o blog Ponto de Pauta, adminnistrado por militantes do PSOL. Fotos: Divulgação.

As lideranças do PSOL contrários à presença de Stefani no PSOL também informam que o evento de filiação que ele e seu grupo promoveram, foi realizado no hotel Ipê, sem que ninguém saiba quem pagou o aluguel do espaço, em que a previsão era de receber mais de 200 novos filiados, mas não passou de 50.

Na foto da plenária que estava previsto ter 200 novos filiados, podemos contar menos de 50. Foto: Divulgação.

Leia também:

Afastado da REDE e da SECULT, ex-petista detona Ursula Vidal e esvazia seu partido.

Ameaçados de nova repressão pela Guarda Municipal, sindicalistas do PSOL denunciam autoritarismo do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues e de Luiz Araújo

RELACIONADOS

Mais visualizados