A fama do ex-petista Stefani Henrique é a de ser o principal “cão de guarda” do “gabinete do ódio” instalado na prefeitura de Belém, sob o olhar complacente do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL).
Depois de deixar o PT reclamando do tratamento recebido pelos dirigentes do partido, Stefani se filiou ao partido Rede Sustentabilidade. Lá, bateu de frente com a secretária de Cultura, Ursula Vidal e seu namorado, o publicitário Chico Cavalcante (da agência de propaganda Vanguarda).
Ursula era na época (Julho de 2021), junto com Chico, dirigente da Rede no Pará e afastaram Stefani depois de uma confusão causada por uma disputa de cargos e contratos no governo estadual. Hoje Ursula é do MDB, sua sexta filiação partidária, desde que entrou para disputar eleições, em 2014. De lá prá cá, são 4 disputas e 4 derrotas. Leia mais aqui.
Levado pelo grupo de Beto Faro (PT) para a SEASTER e depois para a SECULT, pela REDE, Stefani foi exonerado logo nos primeiros meses do governo Helder Barbalho e passou a vender produtos da Hinode, onde ganhou uma viagem internacional – em um cruzeiro – e lá postou foto, em pleno dia de semana, sem a devida licença do local de trabalho e sem ter os dias de lazer descontados de seu contra-cheque.
Desempregado, viu na vitória de Edmilson Rodrigues e no início de seu terceiro governo na prefeitura de Belém, a oportunidade de se reaproximar de quem militava na antiga Força Socialista – grupo interno que foi expulso do PT e criou o PSOL – e foi nomeado na prefeitura, destacando-se por agir com truculência contra servidores públicos e populares, sobretudo mulheres – que porventura critiquem ou protestem contra Edmilson e sua gestão.
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Stefani mantém uma empresa que presta serviços em campanhas eleitorais, onde contrata pessoas – que viram militantes – para balançar bandeira, carregar os candidatos nos ombros, entre outras atividades de rua. Essas pessoas têm como critério para serem contratadas, o ato de se filiarem onde Stefani está e passam a fazer volume, votando sob orientação política do patrão, em reuniões que decidem rumos estratégicos destes partidos.
Persona non grata
Muito embora Edmilson dê cobertura política a Stefani, confidenciando que o mesmo é um “mal necessário”, a filiação dele no PSOL só aumenta a insatisfação de outros dirigentes do partido e do governo, como Aldenor Júnior, chefe de gabinete e Edilene Rodrigues, irmã do prefeito e procuradora do município de Belém, uma das principais mandantes na gestão do irmão.
A ex-vereadora Marinor Brito também não suporta ter que encontrar com Stefani, que sempre está presente em eventos onde o prefeito comparece, agindo como um espécie de bate-pau de Edmilson, mesmo estando lotado no Banco do Povo.
Em Junho do ano passado, durante a reinauguração do ver-o-rio, uma mulher que criticava Edmilson e gravava a cena, teve o celular jogado ao chão por Stefani. Assista aqui e aqui.
Com a repercussão nacional do caso – veja no UOL notícias – Edmilson usou sua redes sociais para dizer que haveria rigor e transparência na apuração dos fatos, mas até hoje nenhuma coisa e nem outra aconteceram e tudo não passou de mais uma “potoca”, como se comenta a respeito das promessas do prefeito da capital paraense.
Em Julho, um mês depois da agressão, Stefani enviou em um grupo de Whatsap, um áudio onde discutia com um cidadão e soltou a seguinte frase: – Sou o homem mais importante do Ed, rapaz; como ele vai me exonerar? Tu é doido do teu c*”.

Em consulta à lideranças do PSOL, o portal foi alertado de que Stefani pretende se candidatar a presidente municipal do partido em Belém e para tal levou para filiar, seus militantes profissionais, que servirão para fazer volume nas reuniões que aprovam resoluções e elegem direções e demais tomadas de decisões no partido, como já ocorreu no PT e na Rede.

As lideranças do PSOL contrários à presença de Stefani no PSOL também informam que o evento de filiação que ele e seu grupo promoveram, foi realizado no hotel Ipê, sem que ninguém saiba quem pagou o aluguel do espaço, em que a previsão era de receber mais de 200 novos filiados, mas não passou de 50.

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