Diferente do que foi publicado por outro jornalista, o senador Zequinha Marinho (PL) estava em Belém, desde às 11 horas deste sábado (18), durante a visita do presidente Jair Bolsonaro.
O deputado federal Delegado Éder Mauro (PL) foi quem mais “lucrou” com a vinda e estadia de Bolsonaro à capital, após ter saído de Natal (RN), de onde às 10h mobilizou uma moticiata, que às 16h já reunia cerca de 4 mil motos, segundo fontes presentes no evento, que deixou a base aérea de Belém e seguiu pelas ruas da cidade, até o hotel onde o presidente ficou hospedado. No fim da tarde, Bolsonaro seguiu para um evento da Igreja Batista no Mangueirinho e de lá foi para o templo central da Assembleia de Deus, onde ocorreu um culto em comemoração aos 111 anos da igreja, no centro da cidade.
O portal Metrópoles noticiou a visita de Bolsonaro, com Éder Mauro como cicerone, com o seguinte teor:
Na garupa de sua moto ontem em Belém (PA), Jair Bolsonaro levou o histriônico deputado e aliado Delegado Éder Mauro (PL-PA). Ambos sem capacete puxavam a motociata.
Conhecido na Câmara por um enfrentamento belicoso com a oposição, marcado por bate-bocas e quase de troca de sopapos, Éder Mauro é um freguês do Conselho de Ética.
Nesse momento, ele responde a uma representação do PSol por ofensas que fez a deputadas da oposição numa reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em 12 de maio do ano passado.
Depois de discussão com as deputadas Fernanda Melchionna (PSol-RS) e Maria do Rosário (PT-RS), o deputado se referiu à petista como “Maria do Barraco”.
Ao sair da base aérea de Belém, após descer do avião que o trouxe de Natal, Bolsonaro subiu na carroceria de uma pickup e depois foi para uma moto, que pilotou e convidou Eder Mauro para ir na garupa.

A foto deles bombou nas redes sociais e estampou matérias de diversos veículos de imprensa no Brasil e fora do país. Pré-candidato ao governo, Zequinha Marinho (PL) ficou durante a motociata dentro de outra pickup e depois acompanhou a comitiva de Bolsonaro em todos os momentos, inclusive no “Mangueirinho”, quanto na Assembleia de Deus.
Durante culto em celebração aos 111 anos da Assembleia de Deus no Brasil, Bolsonaro disse que estar à frente do Executivo “não é fácil”, mas é “missão do Criador”.
“Deus salvou minha vida em 2018 e depois me deu uma eleição. Não é fácil ser presidente da República, mas entendo ser essa uma missão do Criador”, afirmou perante a plateia de evangélicos, em discurso recheado de referências religiosas.
Católico, o presidente ainda pregou que a fé é uma das formas de resolver problemas vividos pelo Brasil atualmente, como a escalada da inflação.
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira novo reajuste no preço da gasolina e do diesel, mas, ao contrário do que fez durante o dia, Bolsonaro evitou críticas diretas à estatal no culto.
FALA VOLTADA AO PÚBLICO EVANGÉLICO
O presidente ainda reafirmou ser favorável a pautas caras aos evangélicos, como a criminalização do aborto, o combate à chamada ideologia de gênero e a defesa da família. “Nosso governo é contra o aborto. Nosso governo defende a família. Nós somos contra a ideologia de gênero. A inocência das crianças em sala de aula tem que ser preservada. Somos contra a liberação das drogas. Nós defendemos a liberdade em nossa pátria, aí incluída a liberdade de culto. Somos livres para escolher nossa religião, professar a nossa fé, respeitamos todos os cidadãos”, destacou Bolsonaro, arranco aplausos dos evangélicos da Assembleia de Deus.
Com desvantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro tem participado de uma série de eventos e se aproximado de lideranças do segmento evangélico. A ideia é manter ou ampliar as intenções de voto nesse público, no qual mantém liderança nas pesquisas. De olho nesse movimento, Lula também tem feito acenos aos evangélicos.
PIZZA E SELFIES
Para a assessoria de Éder Mauro, a cada visita de Bolsonaro ao Pará, o deputado federal aumenta seu prestígio junto ao presidente e do seu eleitorado e já é cotado como reeleito com um dos mais votados nas eleições de Outubro.
Antes de ir para o hotel onde esteve hospedado, Bolsonaro perguntou para Deyje Franco, assessor de Eder Mauro, onde havia uma pizza e este lhe recomendou o La Traviata, restaurante onde posou para fotos com funcionários e clientes.
A matéria “Bolsonaro participa de motociatas em Belém e Manaus após morte de Dom e Bruno“, do jornal “Correio Brasiliense“, trouxe em seu lead, a seguinte opinião: “Com tom eleitoreiro, eventos são considerados inapropriados em meio à comoção pela confirmação das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia”.