sábado, abril 1, 2023
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De onde é o dinheiro encontrado pela PF na casa de Eguchi?

Além de economista e advogado, Everaldo Eguchi é desde 2007 delegado da Polícia Federal no Pará.

Declarando um patrimônio de R$ 490.000,00 em 2018, Eguchi tentou uma vaga de deputado federal pelo PSL, mas não foi eleito. Já nas últimas eleições municipais, já filiado ao Patriotas, Eguchi chegou muito perto de se tornar eleito prefeito da capital paraense. Ele teve 48,24% dos votos contra 51,76% de Edmilson Rodrigues (PSOL).

Com a bandeira da luta contra a corrupção e uma suposta ligação ao presidente Jair Bolsonaro, Eguchi derrotou os demais candidatos que concorriam à prefeitura de Belém no primeiro turno e foi para o segundo turno com Edmilson Rodrigues, para quem perdeu no segundo turno das eleições municipais de 2020. Naquele ano, Eguchi declarou patrimônio de R$ 110.000,00.

Nestas eleições municipais, Bolsonaro chegou a dizer que não faria anúncios de apoio a candidatos que disputavam as prefeituras dos municípios brasileiros, mas com o crescimento da campanha de Eguchi em Belém, durante o segundo, o presidente disse que “caso fosse eleitor em Belém/PA, certamente votaria”, em resposta a um eleitor de Eguchi que perguntou a Bolsonaro se ele o apoiava.

SOBRAS DE CAMPANHA

Um assíduo leitor deste site especula que o dinheiro encontrado na casa do delegado Eguchi, na operação “Operação Mapinguari”, da Polícia Federal, poderia ser “restos” desta campanha, quando Eguchi tornou-se, por assim dizer, o candidato dos bolsonaristas em Belém e com o espaço midiático, um forte pré-candidato para as eleições majoritárias de 2022.

Para o leitor que enviou a suspeita, que não foi confirmada pela PF, Eguchi poderia ter arregimentado um grupo de financiadores de campanha e guardado parte do dinheiro arrecadado.

Nas redes sociais, Eguchi e sua “luta” contra a corrupção viraram piada, após a batida da Polícia Federal e a falta de explicações do delegado, hoje afastado de suas funções.

AFASTADO DEPOIS DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Eguchi tem 57 anos e estava em plena pré-campanha eleitoral para as eleições de 2022, quando 37 policiais federais apreenderam equipamentos eletrônicos, documentos e uma alta quantia de dinheiro, em notas de euro, dólar e real, tanto na casa de Eguchi, quanto nas residências de empresários, acusados de participar de um esquema, onde o delegado afastado é suspeito de vazar informações de uma investigação iniciada em 2018.

A investigação ordenada pelo Ministério Público Federal mirava uma organização criminosa acusada de promover a exploração ilegal de minério de manganês, no sudeste paraense.

Segundo a PF, o vazamento de informações de dentro do órgão trouxe prejuízo para a investigação do esquema milionário, já que os envolvidos tiveram conhecimento da operação antes dela ser colocada nas ruas e nenhum dos suspeitos foram encontrados no dia da ação policial.

Dessa vez, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Marabá, Parauapebas, Goianésia do Pará e Belém, onde na casa de Eguchi foi encontrada uma quantia de dinheiro que ainda não foi explicada a origem.

SEM EXPLICAÇÕES

Na tentativa de obliterar toda e quaisquer suspeita de que é mais um corrupto tentando se eleger a um cargo eletivo, Eguchi prometeu dar uma coletiva à imprensa na tarde do mesmo dia em que foi conduzido à sede da PF para prestar esclarecimentos e lá foi desligado do órgão, onde era delegado.

No entanto, ao invés da coletiva, onde seria inexoravelmente perguntado sobre o dinheiro encontrado e outros detalhes do seu envolvimento nos crimes apurados pelas investigações, o delegado já afastado da PF preferiu gravar emitir uma nota e depois gravou um vídeo, onde não explicou nada do que está sendo acusado, limitando-se a dizer que “fará no momento oportuno os esclarecimentos com transparência e honestidade”.

Leia também: Desligado da PF, delegado Eguchi recua e adia coletiva

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