O que eram apenas rumores, começa a ganhar corpo e viabilidade. O PSOL avalia internamente, a possibilidade de realizar prévias para escolha do candidato que apresentará o partido na disputa pela terceira vez, à prefeitura de Belém.
Nas duas últimas eleições, o partido conseguiu levar Edmilson Rodrigues ao segundo turno, mas ele foi derrotado nas duas oportunidades.
As duas derrotas consecutivas por si só já pesavam na decisão de deixar o mandato de deputado federal para disputar a principal cadeira do Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura de Belém.
Mas assim como Edmilson sente que não deve arriscar o desgaste de uma terceira derrota consecutiva, integrantes de sua tendência (grupo interno) do PSOL, avaliam que não se pode abrir mão dos cargos e benefícios do mandato de deputado federal ocupado pelo parlamentar, que além do salário, tem verba de gabinete e diversos assessores.
Além disso, com diversas outras tendências insatisfeitas com o velado acordo político-eleitoral feito com Jader Barbalho (nas vésperas das eleições de 2000, quando Edmilson ainda no PT, precisou de apoio político, comunicacional e financeiro para se reeleger) e reforçado na campanha para o governo, em 2018, com Helder Barbalho, o PSOL virou uma torre de Babel, com discursos e planos totalmente diferentes sobre: pactos com empresários, política de alianças com partidos como o PT, PCdoB, PDT, entre outros, que vira e mexe são criticados por suas posturas e relações nada republicanas, na opinião de setores mais radicais do partido do Socialismo e Liberdade.
Diante do impasse, o primeiro nome mais forte que surge no leque de possíveis candidatos é o da Marinor Brito, que foi vereadora, senadora, voltou a ser vereadora e hoje está com mandato de deputada estadual pela primeira vez.
No entanto, como também integra o mesmo grupo de Edmilson Rodrigues, outros grupos internos do PSOL avaliam que dê no mesmo, ter Edmilson ou Marinor como cabeça de chapa no partido, pois ambos fazem parte do grupo mais pragmático e disposto a manter um pacto de não agressão com o governo do estado e por isso, Edmilson e Marinor evitam cobrar de Helder Barbalho as necessárias reivindicações do movimento sindical, sobretudo dos sindicatos dos servidores públicos estaduais, que estão sentindo na pele a realidade imposta pelo governo estadual, que tiveram promessas de reajustes salariais e manutenção de direitos trabalhistas e estão tendo justamente o contrário: Congelamento de salários, aumento da contribuição previdenciária e repressão policial, como a que aconteceu em frente da ALEPA, onde diversos militantes e dirigentes sindicais do PSOL e demais partidos de ex-querda, quando lá protestavam contra o que ficou conhecido como Pacote de Maldades.
Além disso, estes setores mais radicais do PSOL discordam do modo operandi com que o grupo de Edmilson Rodrigues e Marinor Brito lidam com a chamada “burguesia local”, que ajuda financeiramente na campanha e depois cobra para participar das licitações de obras da prefeitura.
“Isso não pode mais acontecer”, informou uma das fontes ligadas ao PSOL.