De todos os lugares e por todo o Pará. Dessa vez a denúncia contra a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) vem do bairro do Benguí e impacta diretamente mais de 1.200 alunos. De acordo com a Associação dos Moradores do Benguí (Amob), a escola estadual Maria Luiza da Costa Rêgo está abandonada há dois anos pela pasta da Educação do Governo do Estado, o que culminou no ato público desta quarta-feira (22).
Na avenida Augusto Montenegro, em frente à Seduc, manifestantes exibem o “bolo do abandono”.
Os manifestantes se concentraram em frente à unidade de ensino e depois seguiram até à sede da Seduc, na avenida Augusto Montenegro. Eles pretendem chamar atenção às péssimas condições da escola Maria Luiza, que em 2023 completará 40 anos de inaugurada.
De forma simbólica, comunidade chama atenção para os problemas da escola que tinha a profissionalização como proposta.
Tanto a Amob quanto os servidores da escola estadual denunciam a série de problemas vividos pelo estabelecimento de ensino, muitos por conta da não conclusão da reforma iniciada em fevereiro de 2020, durante a pandemia da covid-19, o que vem ocasionando a evasão escolar. As aulas estão sendo realizadas de forma remota e em sistema de rodízio, gerando prejuízos ao aprendizado, segundo a coordenação da escola.
Leia também
Ventilador cai na cabeça de professor na escola estadual Agostinho Monteiro
Servidores da Seduc protestam nesta terça-feira,3, na Almirante Barroso
“Com a mobilização e a divulgação desse ato nas redes sociais, um engenheiro veio verificar a situação na escola, agora à noite, e disse que amanhã (quarta-feira) eles já enviam alguém para iniciar as obras da conclusão da reforma”, enfatizou uma professora em contato com o portal.
Professores, alunos, técnicos cansaram e resolveram “engrossar” as críticas à Seduc e ao Governo Helder Barbalho.
SUCATEAMENTO
A reforma teria sido abandonada em maio deste ano. De acordo com a coordenação escolar, 80 alunos deixaram a escola neste ano. Dentre ainda os muitos dramas vividos pela comunidade do Benguí, a Maria Luiza é a única no bairro a oferecer o ensino médio. São mantidas turmas do 6º ano do Ensino Fundametal ao 3º ano do Ensino Médio. Além do problema da violência, a comunidade escolar convive com restos de obra como madeira, material de construção e entulhos, sem dizer que parte do teto foi destruído.
Por que será que Governo do Estado, MPPA e ALEPA não agem diante de tanto descaso com a única escola de ensino médio do Benguí?
BOLO
Tanto Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) quanto a Frente Parlamentar em Defesa da Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Pará já acompanham o caso, mas sem uma ação efetiva até então. Alunos e professores exigem uma reforma completa e não apenas pintura da escola, assim demonstraram em cartazes e bolos oferecidos na frente da escola na manhã de hoje, simbolizando o “aniversário” de dois anos de abandono.