segunda-feira, junho 5, 2023
spot_img
InícioPolíticaCom vitória no senado e derrota no governo, aliança de Helder Barbalho...

Com vitória no senado e derrota no governo, aliança de Helder Barbalho e Paulo Rocha termina em mágoas

Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.

Maquiavel

O INÍCIO DO INFERNO ASTRAL

As eleições de 2014 deixaram feridas abertas e nunca esquecidas. Mas agora, as cicatrizes expostas podem nos ajudar a entender a história recente da política estadual, com todo seu reflexo e influência nacional.

O principal adversário de Helder era o então governador Simão Jatene (PSDB), que estava disputando seu terceiro mandato de governador, o segundo consecutivo. Antes de ser candidatar ao governo, Helder foi eleito vereador em Ananindeua no ano 2000, sendo que nas eleições de 2002 disputou e foi foi eleito deputado estadual, o mais votado no Pará naquele ano.

Em 2004, Helder volta para Ananindeua para disputar a prefeitura e se elege prefeito do município, sendo reeleito em 2008, onde permaneceu até dezembro de 2012, tendo nesse período de 8 anos, recebido diversos prêmios enquanto gestor, entre eles: Gestor Eficiente da Merenda Escolar em 2007, 2010 e 2012; Prefeito Empreendedor, do SEBRAE Pará, nos anos de 2008 e 2010, pelo incentivo dado à geração de emprego e renda para a população de Ananindeua; Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio do Brasil, o ODM, com o Projeto Escola Ananindeua e o Selo Unicef Município Aprovado com relação as ações implementadas nos anos de 2009 a 2012.

Mesmo depois de deixar a prefeitura, Helder manteve-se articulado e viajando o estado, sendo entre 2009 a 2014, o presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará – Famep; representando os 144 municípios paraenses.

A CARREIRA NACIONAL EM TRÊS MINISTÉRIOS

A amizade e aproximação política de Jader Barbalho com Lula, somada à aliança de seus partidos, o PT com o PMDB, facilitaram com que, depois de governar o segundo maior município paraense por 8 anos, Helder viesse assumir dois ministérios no governo Dilma: Pesca e Aquicultura (1 de janeiro a 2 de outubro de 2015) e no mesmo dia foi nomeado como ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, onde ficou até o dia 20 de Abril de 2016, sendo que depois do impeachment de Dilma Rousseff, assumiu o ministério da Integração Nacional no governo Michel Temer, do MDB, em 12 de maio de 2016.

Com o impeachment de Dilma, Helder Barbalho salta da Secretaria Nacional dos Portos, para o Ministério da Integração Nacional, indicado por Michel Temer, que assumiu a presidência do país. Foto de Beto Barata/Presidência da República

Tendo passado por essas etapas preparatórias, e com o terreno devidamente pavimentado, era chegada a hora de Helder assumir de vez o principado e, tal como o pai, ser governador do Estado. Para isso, um amplo leque de partidos formou-se em oposição ao governo de Jatene, que reafirmava a necessidade de manter a “União pelo Pará”, tendo o apoio da candidatura de Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede Sustentabilidade), que disputou o primeiro turno e foi a terceira mais votada no país, enquanto Helder recebeu o apoio do ex-presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff, que vinha com a máquina do governo federal tentar a reeleição.

O RETORNO DE PAULO ROCHA

Paulo Rocha era naquele momento o principal nome do PT no Pará e tinha como principal apoiador o ex-presidente Lula, que já não era mais presidente, no entanto nunca deixou de ser o líder maior do Partido do Trabalhadores.

Portanto, Paulo Rocha, que havia sido eleito por cinco vezes deputado federal, a primeira vez em 1990, sendo reeleito nos anos de 1994, 1998, 2002 e renunciou no dia 17 de outubro de 2005, para não perder seu mandato, devido o envolvimento de seu nome nas investigação do esquema de corrupção do PT, o famoso Mensalão; em 2006 volta a se candidatar e se elege, naquele ano, vindo passar mais 4 anos como deputado federal e terminado seu quinto mandato de deputado federal em 2010, quando disputou uma vaga ao senado, mas ficou em 3º lugar e por isso ficou sem mandato.

De 2010 a 2014, mesmo sem mandato, Paulo Rocha continuava gozando de espaço e prestígio em gabinetes no Congresso e nos Ministérios, além das mesas em restaurantes de luxo em Brasília, onde fortalecido pela relação com Lula e toda a cúpula petista, naquela altura já no terceiro mandato do PT no governo federal, com Dilma na presidência. No Pará, o partido estava sob seu comando.

Acesse a página que mais bate recorde de acessos e envolvimento no estado. Procure Política Pará. no Facebook.

Paulo então era a bola da vez, para finalmente ser eleito senador e assim aconteceu. Com a manutenção do acordo eleitoral nacional e aqui com Helder Barbalho, Paulo Rocha levou o PT à aliança com o MDB e, juntos, rodaram o estado, o que resultou na vitória de Paulo como senador na única vaga, com 1.566.350 votos.

A DERROTA DE HELDER E O RANCOR DO PMDB

Helder foi pro segundo turno com Simão Jatene e este o derrotou e manteve-se liderando a “União Pelo Pará” no governo estadual. Jatene tornou-se então o primeiro governador a ser eleito três vezes ao cargo de chefe de estado.

No MDB, internamente, a busca por culpados desembocou em Paulo Rocha, a quem correligionários da família Barbalho acusavam o petista de ter feito corpo mole, enquanto outros analistas dizem que o Paulo Rocha sumiu, abandonando Helder Barbalho sozinho no segundo turno.

Na busca por explicações de como Helder sai de um primeiro turno à frente de Jatene e termina o segundo turno derrotado, Paulo Rocha foi então o alvo preferido para o despejo de todo rancor pela derrota inesperada e dolorida, que adiou, por mais quatro anos, a volta da família Barbalho ao comando do estado do Pará.

Ligue (91) 3250-5604 e saiba como é fácil ter seu anúncio em destaque neste site.

P.S: Se você discorda de algo que leu acima, por favor, deixe seu comentário que me comprometo a ler e responder, podendo alterar o conteúdo, caso constate erros ou incongruências, sejam elas de caráter ortógrafico, factual ou até mesmo histórico, haja visto as datas e números dispostos pelo texto.

Leia o capítulo anterior deste artigo:

O destino incerto do senador Paulo Rocha, após ser barrado pelo PT-PA de concorrer à reeleição

RELACIONADOS

Mais visualizados