quarta-feira, março 22, 2023
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Com ataques ao PT e aliviando erros do presidente, Simão Jatene declara apoio a Bolsonaro

Simão Jatene guardou sua verve contra o PT durante todo esse tempo e só agora resolveu salvar o Brasil e os paraenses das "garras diabólicas" do lulo-petismo, ou se viu acuado diante de uma hegemonia local com a aliança MDB-PT cada vez mais forte e avassaladora, a ponto de se unir à Zequinha Marinho, Mário Couto, Delegado Éder Mauro, Delegado Caveira, entre outros líderes bolsonaristas locais, por conta de um novo projeto de oposição que o reconduza ao poder, com a ajuda do governo federal? Teria Jatene negociado algum cargo em um eventual novo governo, com a reeleição de Bolsonaro?

Na última quarta-feira (05), o portal diogenesbrandao.com trouxe aos seus leitores e à sociedade brasileira em geral, mais um furo jornalístico que deixou muitos descrentes: Simão Jatene se uniria aos líderes bolsonaristas do Pará e entraria na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Cabe lembrar que no meio do mês de Agosto, publicamos a matéria exclusiva: A volta de Simão Jatene, na qual ele sairia candidato ao governo, usando o dispositivo legal permitido pela legislação. Ou seja, orientado por advogados que lhe aconselharam da possibilidade de concorrer sub judice, Jatene concordou e programou o anúncio, mas recuou e resolveu, posteriormente, fazer uma tímida e atabalhoada declaração de voto em mais de um candidato ao governo, que gerou uma enorme confusão e o obrigou a pedir que os apoiadores destes candidatos não usassem sua declaração em vídeo, editada e fora de contexto.

Leia também: Simão Jatene desiste de candidatura, após seu partido vazar estratégia eleitoral

NÓS AVISAMOS EM PRIMEIRA MÃO, A NOVA POSIÇÃO DE JATENE

O anúncio político de Jatene apoiando a campanha de Bolsonaro no segundo turno estava previsto para o final da semana que passou, mas como tivemos o Círio e a polêmica sobre a presença do presidente Jair Bolsonaro no evento religioso tomou conta do noticiário, o ex-governador deixou para se manifestar no fim da noite desta segunda-feira (10), quando em uma gravação realizada por celular, em sua casa, provavelmente com a presença de sua esposa – que no fim do vídeo pode ser ouvida dizendo: “Acho que foi boa essa” – acabou revelando que Jatene gravou mais de uma vez, o vídeo com um texto possivelmente escrito previamente e lido na hora da gravação.

NARRATIVA PETISTA

Sob a acusação de que o PT criou uma divisão no país, implantando o discurso de “nós e eles”, Jatene vai justificando no decorrer de sua fala, o que o levou a achar melhor votar em Bolsonaro, citando a corrupção e outras acusações comuns contra o partido fundado por Lula, no ABC paulista.

“Eu quero me dirigir a todos, especialmente aqueles discrentes da Política. Para além do jogo de narrativas, que nos invade diariamente e esconde mais que revela, o passado recente nos mostra que a estratégia petista de partir o país em bandas e repartir entre bandos, deu origem ao discurso do nós e eles”, acusa Jatene do PT ser o único partido responsável pela polarização política brasileira.

PASSANDO PANO PARA BOLSONARO

Ao citar o nome de Bolsonaro, Jatene tenta pegar leve com os erros do presidente, limitando-se a criticar suas falas e não os atos. O ex-governador tucano chega ao ponto de dizer que mensagens de Bolsonaro são deturpadas pela grande mídia. Para Jatene, Bolsonaro só comente o erro de fazer “manifestações descabidas, que têm sido maldadosamente utilizadas e rotuladas como ataques à democracia, restritivas de direitos e até agressivas à vida, até hoje não tiveram qualquer fato concreto que configura-se tais acusações”, declara o ex-governador, que diz que é pelo amor ao Pará que vem a público se manifestar sobre o momento decisivo na política brasileira.

Finalizando sua declaração de apoio a Bolsonaro, Simão Jatene decreta:

“Não é possvel a omissão. É necessário minimizar o que nos divide, valorizar o que nos une e aproxima. Acreditando, que sob o olhar de uma sociedade mais madura e politizada, o atual presidente reeleito e sob condições mais favoráveis, inclusive pela nova composição do legislativo, possa levar o país a avançar, renovando a esperança  e melhorando a vida dos brasileiros. O Brasil precisa o para agradece”, finaliza o ex-governador do Pará, Simão Jatene. 

Outra coisa que não pode passar batida na análise e interpretação desta posição de Simão Jatene e que nenhum outro jornalista ou veículo de imprensa comenta ou revela: A condenação oito anos de inegibilidade do ex-governador expirou logo após o primeiro turno destas eleições e, portanto, ele agora se encontra elegível, podendo vir disputar a prefeitura de Belém em 2024 e/ou o governo do Estado, nas eleições de 2026, quando Helder Barbalho já não estará na disputa.

Restará então a vaga de líder da oposição, caso convença seus pares na oposição paraense e os bolsonaristas que ainda permanecem em aliança com o MDB-PT, de lhe conceder novamente a chance de ser eleito governador do Pará, ou quem sabe, disputar a vaga de senador.

Independente de qual seja o cargo que Jatene esteja de olho no futuro, seus atuais parceiros neste segundo turno presidencial, deverão saber que poderão ter que abrir mão da disputa pelos cargos que pretendiam nas próximas eleições, dada a força que Jatene pode ou não reaglutinar.

Assista a declaração de apoio de Simão Jatene a Bolsonaro:

Diante do exposto, ficam algumas perguntas no ar para serem respondidas por Jatene e seus apoiadores e eleitores:

E se o presidente Jair Bolsonaro não for reeleito, como fica o futuro político do ex-tucano?

Estaria Jatene caminhando para o mesmo fim de carreira política como ocorreu com Almir Gabriel, que foi derrotado na última disputa eleitoral que participou com Ana Júlia (2006) e quatro anos depois (2010) a apoiou, contra ele próprio, Simão Jatene?

Leia também: O silêncio de Simão Jatene, a repercussão de sua candidatura e o “caso Iran Lima”

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