terça-feira, junho 6, 2023
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Autismo não se cura, se compreende

Alunos e profissionais de educação da escola estadual dr. Carlos Guimarães, localizada no conjunto Cohab, em Belém, realizaram na manhã do sábado (1) uma manifestação pacífica, com uma caminhada pelo bairro da Marambaia, alusiva ao dia mundial de conscientização do autismo, transcorrido ontem, 2 de abril. A escola, fundada há 52 anos, funciona atualmente em tempo integral, atendendo mais de 200 alunos.

A professora Maristela Santos, uma das organizadoras e participantes da caminhada, disse que o objetivo do ato foi o de contribuir na disseminação de informações sobre o transtorno para a população e reduzir o preconceito, antecipando-se ao 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. “Três faixas que nós levamos para a caminhada, resumem o que os familiares e profissionais que cuidam de crianças com TEA (e elas próprias) esperam da sociedade: respeito, acolhimento, compreensão”, nos disse a professora Maristela.

Professora Maristela Santos. Foto: Divulgação/Instagram.

De fato, a cada dia ou evento relacionado ao autismo, as mães, principalmente, se ressentem do preconceito e da desinformação generalizada, ainda enraizados na sociedade. Frases de piedade, classificar autistas de “doentinhos” e outras posturas, como a frase: “seu filho nem parece ser autista”.

Por não existir uma cura para o autismo, o TEA não é considerado uma doença mental. Ao contrário disso, o autismo é um transtorno ou uma condição. Pessoas com autismo não precisam ser curadas. Sua condição precisa ser compreendida.

Saiba quais são os sinais do Transtorno do Espectro Autista

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, dificuldades de comunicação e de interação social, comportamentos repetitivos e interesse por atividades restritas podem ser alguns dos sinais observados em quem possui Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA é um distúrbio do desenvolvimento neurológico que geralmente acomete crianças nos primeiros anos de vida, sendo mais incidente em meninos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em todo o mundo, uma em cada 160 crianças possui o transtorno. Apesar de não ter uma cura, os sintomas do TEA podem ser amenizados a partir de um diagnóstico precoce e acompanhamento do paciente.

Os pais devem ficar atentos a alguns sinais demonstrados pela criança que podem se manifestar em conjunto ou isoladamente: incômodo com sons altos, dificuldade no aprendizado da falar, maior interesse por objetos do que por pessoas, não responder quando chamado pelo nome, pouco contato visual, enfileirar objetos, repetição de frases fora de contexto e não aceitar toque.

É recomendado que os familiares dos pacientes possam aprender técnicas que facilitam a autossuficiência e a comunicação da criança e o relacionamento entre todos que ela convive.

Bordalo se destaca em pautas TEA

Desde 2017 o deputado estadual Carlos Bordalo (PT), reeleito para um quinto mandato com 34.238 votos em 2022, é o que mais se destaca entre os 41 deputados estaduais, na apresentação de propostas para implementação de políticas públicas que garantam mais direitos às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Bordalo, que preside novamente a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa, apresentou ainda naquele ano o Projeto de Indicação n° 57/2017, que tinha como proposta a implantação, pelo Poder Executivo da época, de Centros de Reabilitação Integral para crianças, adolescentes e adultos com Transtorno do Espectro Autista – TEA. O projeto recebeu parecer favorável de todas as comissões na Alepa.

Em 2018, o deputado Bordalo garantiu uma emenda parlamentar nº 206/2018, à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no valor de R$1,5 milhão para a criação do Centro de Reabilitação Integral, mais tarde Clínica Escola para Autismo.

Em 2019, o deputado Bordalo realizou uma sessão especial para apresentar o Projeto da Clínica Escola para Autismo, denominado depois de Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea). A sessão reuniu pais e mães de pessoas com TEA, pesquisadores, associações e grupos de cerca de 50 municípios das regiões do Marajó, Santarém, Altamira, Baixo Tocantins e Nordeste paraense. O auditório João Batista, local onde ocorreu a sessão, ficou lotado, cerca de 300 pessoas.

Ainda em 2019 o Pará teve o primeiro curso de especialização pública em Transtorno do Espectro Autista: Intervenções Multidisciplinares em Contextos Intersetoriais da região norte, ofertado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), resultado da demanda social apresentada durante a sessão especial e de proposição do deputado Carlos Bordalo (PT).

Em 2020 Bordalo apresentou o Projeto de Lei N° 11/2020, que propõe a inclusão de informações sobre os sintomas do transtorno do espectro autista na carteira de vacinação. O PL recebeu parecer favorável em todas as comissões da Assembleia Legislativa e encontra-se pronto para pauta.

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