domingo, abril 2, 2023
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Atribuído pela Al Jazzeera a Israel, assassinato de jornalista árabe gera crise internacional

A morte da repórter Shireen Abu Akleh, ocorrida nesta quarta-feira (11) enquanto a profissional cobria pela rede árabe Al Jazeera uma operação militar na cidade palestina de Jenin, na Cisjordânia, tem potencial para gerar uma crise diplomática internacional.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, manifestou-se a respeito nesta tarde e exigiu o esclarecimento do crime. “Essa morte deve ser investigada de maneira transparente. Esperamos que ambas as partes, participem desta investigação, para que entendam o que aconteceu.” Thomas-Greenfield foi entrevistado em 2021 pela jornalista assassinada, quando fez uma visita oficial ao Oriente Médio, em novembro.

Símbolo do jornalismo árabe, Shireen Abu Akleh nasceu na Palestina, tinha cidadania americana e cobria o conflito com Israel há mais de duas décadas. A Al Jazzeera acusou formalmente as forças de segurança de terem matado a profissional. Colegas de Akleh usam as redes sociais para anunciar a responsabilidade do governo israelense pela sua morte. 

Colete e capacete – Por sua vez, o Exército israelense afirmou que seus homens foram atacados com tiros e explosivos enquanto operavam em Jenin. O primeiro-ministro Naftali Bennett afirmou que “parece que provavelmente os encarregados – que estavam atirando indiscriminadamente no momento – foram responsáveis ​​pela lamentável morte da jornalista”. Acompanhe o vídeo (euronews).


A repórter usava capacete e vestia um colete de imprensa à prova de balas, mas foi fatalmente atingida na cabeça. Outro jornalista, Ali Samoudi, do site de notícias Quds, com sede em Jerusalém, também teria sido baleado na mesma operação militar e seu estado de saúde é estável.

TRAJETÓRIA

Nascida em 1971 em uma família cristã, um repórter de jornalismo na universidade Yarmouk, na Jordânia e entrou na “Al Jazeera” em 1997, um ano depois da inauguração da emissora. Embora conhecida por acompanhar os conflitos de forma destemida, ela era muito experiente e dizia que não gostava de correr riscos. Em recente entrevista a uma jornalista, afirmou que sentia medo quando estava posicionada em áreas de conflito.

NÚMEROS

No ano passado, 55 profissionais de mídia e jornalistas morreram em atentados relacionados ao exercício do ofício, dos quais 14 eram da América Latina, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, a Unesco.

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