Acusado de ter furado a lista de prioridades na vacinação contra a covid-19, em Castanhal, no ano de 2021, o ex-diretor do hospital municipal daquela cidade, Laureno Alves de Lemos, ficou no foco de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Laureno acabou sendo exonerado pela Prefeitura Municipal de Castanhal (PMC) e sofreu uma série de acusações.
“PILANTRA”, “PESTE MALDITA” E “SEM VERGONHA”
Até chegar ao MPPA, o fato ganhou repercussão tanto as redes sociais como nos noticiários, sendo pautado inclusive no programa Balanço Geral, da Rede Record, apresentado pelo baiano Marcus Pimenta. Durante a exibição da reportagem, Pimenta chamou Laureno de “pilantra”, “peste maldita” e sem vergonha”. Laureno foi exonerado do cargo com apenas 11 dias de atividade, sendo acusado de improbidade administrativa por supostos atos ilegais no exercício de seu trabalho como diretor do hospital de Castanhal.
Laureno Alves se manifestou sobre a repercussão da suposta irregularidade, transformada em investigação e arquivada pelo MPPA. “A nota que me denunciaram, inclusive foi veiculada em grandes veículos de comunicação, e que a prefeitura havia emitido uma nota oficial, dizendo que eu tinha furado a fila, ou seja, cometido uma improbidade administrativa, o que não ocorreu, porque não existe essa nota”, disse Laureno à nossa reportagem. “E é justamente sobre isso que vamos entrar com as ações, porque se não há esta nota, as pessoas vão ter que arcar com as consequências”, disse ainda.
ARQUIVAMENTO
Agora após um ano de investigações promovidas pelo MPPA, concluiu-se que a denúncia não comprovou o suposto ato ilícito que Laureno poderia ter executado, e desta forma não existe motivos para o prosseguimento da ação, o órgão ministerial decidiu pelo arquivamento do procedimento investigativo. Diante disso, os advogados iniciaram o processo de reparação à imagem do ex-diretor.

OS ADVOGADOS E A DEFESA
Em defesa de Laureno, os advogados Douglas Kazunari e Jean Ramirez disseram, em nota, que “a denúncia totalmente destoante da realidade gerou inúmeros danos a vida dele, incluído o seu afastamento do cargo e prejuízo a sua imagem profissional e pessoal, que fora repercutido pelas Mídias Jornalísticas Televisivas Nacionais, Políticos da Oposição e outras pessoas que incitaram toda a repercussão dessa história inventada”.
FÍSICAS E JURÍDICAS
A nota diz ainda: “A partir de agora, Laureno providenciará a justa reparação à sua imagem contra
todos os que denegriram a sua imagem durante este período, propagando o fato sem tomar os devidos cuidados, tal iniciativa incluirá a demanda por pessoas físicas e jurídicas que de maneira irresponsável propagaram inverdades e não tomaram os devidos cuidados ao noticiarem os fatos extrapolando o viés informativo. As medidas judiciais já estão em andamento onde incluem a reparação por danos morais e materiais, sofridas pela vítima, inclusive com a busca pela retratação
equivalente ao dano e o pedido de retirada de qualquer conteúdo ofensivo dos meios
de comunicação”.
PEDIDO DE POSIONAMENTO
Entramos em contato com a TV Record e com o apresentador Marcus Pimenta a fim de saber quais medidas pretende adotar diante do arquivamento do caso pelo MPPA, em que o ex-diretor foi acusado de improbidade administrativa. Vamos aguardar a manifestação da emissora e do jornalista. Ao mesmo tempo, nossa reportagem encaminhou um pedido de nota à Prefeitura Municipal de Castanhal para saber se haverá algum posicionamento quanto ao arquivamento do caso pelo MPPA.
Marcus Pimenta afirmou que ele e a emissora ainda não tomaram conhecimento oficialmente do arquivamento do caso e por isso não se manifestarão no momento.
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