Por Diógenes Brandão
Na noite desta terça-feira, 24, a equipe de marketing do governador Helder Barbalho postou em suas redes sociais, duas peças publicitárias, logo após o polêmico pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, do presidente Jair Bolsonaro.
A primeira peça foi o que chamaram de Nota à imprensa – Pronunciamento do Presidente Bolsonaro no dia 24/03. Leia aqui.
O título da nota criou uma expectativa de que teríamos um novo embate do governador do Pará com o pronunciamento do presidente, tal como Helder fez no último sábado, 21, quando estava em uma das coletivas de imprensa que tem realizado para informar os casos confirmados da COVID-19 no Pará e as medidas tomadas para o enfrentamento do Coronavírus.
Ao responder à pergunta de um suposto internauta sobre o fechamento de aeroportos por parte de alguns governadores do Brasil e que foi alvo de críticas por parte de Bolsonaro, Helder impostos a voz e disparou:
“Nós não temos nada contra o governo federal, nós não queremos agir contra o governo federal. Agora, nós não vamos ficar esperando o governo federal agir, nós vamos fazer o que cabe ao governo do estado e não vamos pedir licença para presidente, para ministro nem para ninguém para proteger os paraenses”, disse Helder Barbalho, em um tom de voz que gerou muitos elogios e criou desde então, uma espécie de hipinose em muitos internautas, alguns levados a crer em um ato de heroísmo, incentivado por peças publicitárias da equipe de marketing de Helder, que foram jogadas nas redes sociais e passaram a ser usadas pelos internautas.
Essa estratégia tem sido repetida durante a semana e criado uma nuvem de fumaça positiva à imagem do governador-herói, que protege a população paraense do inábil e malvado presidente da república.
No entanto, a manifestação de Helder não foi de enfrentamento como no sábado, mas analiso que foi um texto repleto de simbolismos e mensagens subliminares, como a que diz que “governar é enfrentar com coragem os inimigos da população. E coragem não me falta”. Logo depois, Helder troca “os inimigos da população”, por “inimigo comum”, se referindo ao vírus.
MAIS UM PLÁGIO DE HELDER BARBALHO
Logo em seguida, poucos minutos depois, a equipe de marketing jogou em suas redes sociais aquilo que seria a cereja do bolo para fechar o dia: um vídeo pré-produzido com equipamentos e efeitos visuais sofisticados, bem diferente das lives que Helder, vira e mexe, faz com seu aparelho celular.
O vídeo é de fato muito bem planejado e editado, com infográficos que surgem na tela em frente ao governador, quando ele desenha com os dedos no ar, linhas e traços, como se estivesse usando uma espécie de holograma. Mas não. Tudo não passa de um recurso comum em outras praças do mercado publicitário e audiovisual.
No entanto, o vídeo impressionou muitos internautas pela metodologia aplicada para facilitar a explicação de como o pico da contaminação do Coronavírus precisa ser achatado. Assista:
Acontece que a suposta criatividade dos marqueteiros de Helder Barbalho, na verdade não passa de mais um plágio, que como outros, não revela a fonte primária de onde a peça foi copiada. Mas o seu portal de notícias Amazon Live mostra.
Como você pôde ver, o vídeo do governador Helder Barbalho nada mais é do que a cópia cuspida e escarrada da ideia original copiada do marketing do prefeito de Florianópolis, publicado na última sexta-feira, 20, nas redes sociais de Gean Loureiro (DEM).
Como já disse, essa não é a primeira vez que Helder e sua equipe copiam ideias de terceiros e não citam os autores.
PLÁGIO REINCIDÊNTE
No dia 1° de Setembro de 2018, quando foi ao ar o primeiro programa de televisão da propaganda eleitoral de Helder Barbalho, à época, candidato pela segunda vez pelo MDB, ao governo do estado Pará, escrevi no blog, AS FALAS DA PÓLIS, a seguinte matéria: O plágio nas campanhas eleitorais de São Paulo e do Pará. Leia abaixo:
A produção audiovisual das campanhas eleitorais pelo mundo a fora, geralmente destacam casos de criatividade entre os publicitários, jornalistas e toda a gama de profissionais envolvidos na produção dos vídeos, os quais influenciam milhares de eleitores a votar em seus candidatos.
Mas há casos onde a criatividade na verdade é copiada e não há os créditos para quem originalmente produziu aquele conteúdo. A isso, dão o nome de plágio.
E o debate sobre plágio e direitos autorais volta à tona nas eleições, primeiro com a disputa presidencial e no Pará, com a disputa ao governo do Estado.
No primeiro programa da propaganda eleitoral gratuita na TV, o candidato do PSDB à presidencia, Geraldo Alckmin (PSDB), teve em seu tempo na TV, o uso de um vídeo que causou polêmica por ter sido acusado de ser plágio. Leia e assista aqui.
No Pará, o caso é mais bizarro, pois a equipe de marketing eleitoral do candidato Helder Barbalho (MDB) não informa que a peça publicitária foi inspirada em outra, utilizada nas eleições de 2014, no Maranhão.
Para entender o que o blog AS FALAS DA PÓLIS identificou, assista aos vídeo de Flávio Dino (PCdoB), candidato ao governo do Estado do Maranhão, exibido em 2014 e de Helder Barbalho copiado de forma quase idêntica e exibido em 2018.