É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade.
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Antônio Gramsci, filósofo, jornalista, historiador e político italiano.
A coluna Repórter 70, do jornal O Liberal é famosa por ser a principal porta-voz dos donos do jornal, hoje representados pelo advogado Ronaldo Maiorana, que com a ajuda das irmãs, defenestrou o irmão, Rômulo Maiorana do comando das empresas de comunicação e entregou a alma dos veículos de imprensa criados pelo pai, para a principal família concorrente e adversária por longos anos de sua família: Os barbalho.
Em nota na coluna alimentada pela família Maiorana, a “notícia” da nomeação de Eliel Faustino como secretário adjunto na SEDUC, colocada como se o cargo lhe conferisse força para se tornar candidato a prefeito de Ananindeua.

OS NÚMEROS CONTESTAM A NARRATIVA
Nada contra o ex-deputado estadual, que diga-se de passagem era fiel aliado do ex-governador Simão Jatene e hoje está no time de Helder. No entanto, nossos leitores merecem lembrar que Elieu Faustino tentou ser prefeito de Ananindeua em 2012 e terminou com 19.971 votos, o que representou 9,16% dos votos válidos, enquanto Manoel Pioneiro (PSDB) foi eleito no primeiro turno com 117.369 votos, o que representou 53,85% dos votos válidos naquelas eleições municipais.
Eliel seguiu a carreira de deputado estadual, mas não conseguiu se reeleger nas eleições do ano passado, quando obteve um número insufienciente de votos para se manter na ALEPA: 35.924 votos, o que representou 0,79% do universo votante.
A nota do jornal da família Maiorana também cita como provável candidata a prefeitura, a ex-deputada Nilse Pinheiro, que também não conseguiu a reeleição, pois obteve 33.568 votos e o ex-deputado Miro Sanova, que disputou e não conseguiu uma vaga na Câmara Federal em 2022. Nilse foi ser secretária adjunta da SEDAP – Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, onde diz aos mais chegados, que não tem a “caneta”.
Miro gritou aos quatros cantos que estava com sangue nos olhos e que iria concorrer à prefeitura de Ananindeua em 2020, mas desistiu da disputa poucos meses antes das eleições. Ele manteve-se como deputado estadual, vindo a concorrer como deputado federal em 2022, mas os 57.928 votos não foram sufientes para evitar a derrota. Como consolo, recebeu a presidência da FUNTELPA, onde tenta se manter vivo politica e financeiramente falando.
A NARRATIVA E A DOR DE COTOVELO
Todos estes políticos citados pela nota de O Liberal, como possíveis candidatos à disputa nas eleições municipais de 2024 estão pautados em uma narrativa criada por setores da imprensa paraense, que andam ávidos em apresentar nomes para a disputa eleitoral, sem o mínimo critério com a verdade ou sequer uma consulta aos mesmos.
É verdade que todos estão sob as asas de Helder Barbalho e podem ser usados para tirar votos do prefeito Dr Daniel Santos, em um plano de frear sua escalada política para sucessão no governo do estado, nas eleições de 2026, quando o filho mais novo de Jader Barbalho, já não poderá concorrer ao cargo de governador.

Dr Daniel saiu do PSDB em 2018, logo depois que foi eleito o deputado estadual mais votado da história do Pará, com 113.588 votos válidos e em um acordo com Helder Barbalho para derrotar Jatene no segundo turno, tornou-se presidente da ALEPA. Em 2020 foi eleito já no primeiro turno prefeito de Ananindeua, com 152.352 votos, o que representou 67,70% dos votos válidos.
Mesmo pressionado para não avançar em sua exitosa corrida eleitoral, arquitetou e ajudou a eleger a esposa como a deputada federal mais votada nas eleições de 2022, com 258.907 votos. O casal continua filiado ao MDB, mas vivem recebendo recados de aliados e funcionários da família Barbalho, que se sente incomodada pelos bons resultados eleitorais do casal e sua boa e comprovada aprovação popular.
Além disso, Daniel e Alessandra estão sendo tratados a pão e água no governo Helder e no governo Lula, apesar de serem os dois os maiores fenômenos de voto das últimas eleições no Pará.
A única explicação para tanta má vontade é a ameaça que representam aos planos hegemônicos de Helder, que vende ao Brasil a imagem de um estadista e democrata, mas aqui em seu estado age como um tirano, perseguindo jornalistas e tentado ajoelhar toda a classe política e empresarial aos seus ditames, se locupletando com o poder, não aceitando que existam aliados com carisma e potencial de serem os prediletos nas futuras eleições, a não ser os seus bajuladores mais fiéis.
Até o urubu e a garça do ver-o-peso sabem que a família barbalho opera mais um plano maquiavélico para impedir que Dr. Daniel Santos seja reeleito prefeito de Ananindeua com mais uma votação expressiva e acabe contido de ousar a lançar-se em uma eventual candidatura ao governo do estado, em 2026.
Helder Barbalho tem outros nomes em sua pretenção de ser o dono do seu sucessor, mas ele e todos que conhecem a política paraense sabem que nenhum outro pré-candidato do atual governador está à altura de disputar e vencer o atual prefeito de Ananindeua, que por sua vez prefere declarar até aqui, que será Helder quem decidirá o seu destino político.
Resta saber se os eleitores paraenses não serão consultados pelos players deste jogo de cartas marcadas, mas com regras nem sempre obedecidas.
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