sábado, março 25, 2023
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A complexa questão Amazônica debatida mundo a fora, mas sem a participação da sociedade

A visita do governador Helder Barbalho à Inglaterra, para supostamente debater sobre biodiversidade planetária, traz mais dúvidas do que esclarecimentos, já que não há um debate transparente e nem sequer coletivo com os principais afetados por decisões tomadas longe da Amazônia: o povo paraense. A falta de espaços de debate e escuta, gera incertezas e vai na contra-mão do que se faz em outro país, que escutam todos os atores da sociedade, ao invés de apenas os governantes, com seus interesses particulares e empresariais.

O desmatamento na Amazônia e no estado do Pará é uma dos alvos de críticas de nações desenvolvidas e de entidades ambientais. Como uma das regiões mais afetadas e responsável pela agressão contra o Meio Ambiente, países desenvovidos têm realizado debates que podem afetar o futuro de nossa região.

Sob a alegação de que o desmatamento na Amazônia é impulsionado principalmente pela expansão da agricultura, pecuária, mineração e extração ilegal de madeira, surgem propostas para que haja um freio nestas atividades, sobretudo ilegais, para que o equilíbrio ecológicos se estabeleça.

Todo esse debate precisa sair das salas fechadas entre governantes e grandes empresários e começar a envolver a sociedade em geral, desde às entidades que lutam pela defesa e preservação do Meio Ambiente, passando pela produção acadêmica, como no caso das universidades e centros de pesquisas, quanto por representantes do setor produtivo, entidades sindicais, movimentos sociais e a sociedade civil organizada, que é citada em eventos e documentos nacionais e internacionais, mas nunca é chamada para opinar e participar das decisões sobre o que todos devem fazer para mantermos o tão propagado equilíbrio ecológico, com desenvolvimento sustentável e crescimento econômico de regiões ricas e ao mesmo tempo com populações vivendo na miséria, como ocorre em diversas partes da Amazônia.

E quando falamos em equilíbrio, lembramos que os EUA, Japão e outros potencias econômicas, vira e mexe, fogem dos acordos de emissão de gases poluentes, pois não querem abrir mão da sua produtividade industrial e a competitividade de suas empresas ao redor do mundo.

No Brasil, para fazendeiros e produtores rurais, não é com a inibição das atividades produtivas legais, que nossos problemas serão resolvidos. A concorrência dos produtos brasileiros no mercado externo também gera impactos nas relações comerciais com empresas de outros países. A disputa pelo mercado age para frear as potencialidades do nosso país, que já é um gigante na produção agrícula, pecuária, mineral e fornecedora de commodities para diversos países.

O DESAFIO DE PRODUZIR SEM POLUIR OU DEGRAGAR

O Brasil é um grande produtor de commodities, muitas das quais são produzidas na região amazônica. As commodities são produtos básicos de grande volume e baixo valor agregado, como grãos, carne, minério de ferro e petróleo, que são comercializados internacionalmente.

Na região amazônica, a produção de commodities mais comuns inclui soja, gado, madeira, ouro e minério de ferro. A soja é a principal commodity produzida na região, com a maioria da produção concentrada nos estados do Mato Grosso e Pará. A pecuária é outra atividade econômica importante, com o Brasil sendo o maior exportador de carne bovina do mundo.

A produção de commodities na região amazônica tem sido associada a impactos ambientais significativos, incluindo o desmatamento, a degradação do solo, a poluição da água e a perda de biodiversidade. Há também preocupações com a exploração de recursos naturais por empresas ilegais e a violação dos direitos dos povos indígenas e comunidades locais.

A questão da produção de commodities na Amazônia é complexa e envolve desafios socioeconômicos, ambientais e políticos. A busca por soluções sustentáveis ​​e responsáveis ​​para a produção de commodities na região é essencial para garantir a conservação do meio ambiente e a prosperidade das comunidades locais.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2021, o estado do Pará foi responsável por cerca de 25% do desmatamento total da Amazônia brasileira. As áreas mais afetadas estão localizadas no sul e sudeste do estado, incluindo municípios como Altamira, Novo Progresso e São Félix do Xingu.

O desmatamento na Amazônia é uma questão complexa que envolve diversos atores e fatores, incluindo a falta de fiscalização e a impunidade de crimes ambientais, além de pressões econômicas e políticas para a exploração dos recursos naturais da região. A conservação da Amazônia é fundamental para a manutenção da biodiversidade, regulação do clima e sustentabilidade da região e do planeta como um todo.

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